Indústria: ICI teve recuo de 3,2 pontos em relação a fevereiro (Picture Alliance/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 20 de março de 2020 às 10h08.
Última atualização em 20 de março de 2020 às 12h18.
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da sondagem de março teve um recuo de 3,2 pontos em relação ao resultado fechado de fevereiro, para 98,2 pontos, a primeira queda após quatro meses de avanços, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Houve piora da percepção dos empresários tanto em relação à situação atual quanto ao futuro próximo. O Índice de Expectativas caiu 4,1 pontos, para 97,7 pontos, enquanto o Índice de Situação Atual recuou 2,1 pontos, para 98,8 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) da indústria indicou uma redução de 1,1 ponto porcentual em relação ao patamar de fevereiro, passando de 76,2% para 75,1% em março.
A prévia dos resultados da Sondagem da Indústria abrange a consulta a 788 empresas entre os dias 2 e 18 de março. O resultado final da pesquisa será divulgado no próximo dia 27.
A atividade industrial em fevereiro está menos aquecida na comparação com o mesmo mês em 2019. Segundo a pesquisa Sondagem Industrial, também divulgada nesta sexta, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o índice que mede a evolução da produção ficou em 47,5 pontos em fevereiro. Em fevereiro de 2019 esse indicador foi de 48,5 pontos, mais próximo da linha divisória dos 50 pontos.
Pela metodologia da pesquisa, valores acima de 50 pontos indicam aumento da produção e abaixo, queda da produção.
"Em 2020, a queda na produção foi mais intensa que a registrada em 2019, mas mais branda que o observado entre 2015 e 2018", afirmou a CNI.
A evolução da produção em fevereiro também registrou queda em comparação a janeiro, quando o índice ficou em 49,9.
Segundo a CNI, "é usual a queda da produção na passagem de janeiro para fevereiro, ou seja, o índice costuma ficar abaixo dos 50 pontos em fevereiro".
Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) ficou em 68% em fevereiro, diante dos 67% registrados em janeiro.
Segundo a CNI, a UCI do mês passado teve desempenho melhor em dois pontos percentuais do que o índice registrado em fevereiro de 2019. "O porcentual é o maior para o mês desde 2014, quando alcançou 72%", diz.
Já a UCI efetiva em relação ao usual ficou em 44,6 pontos, uma queda de 0,7 ponto na comparação com o mês anterior. Na comparação com fevereiro de 2019, o índice apresenta alta de 1,2 ponto.
A CNI pontuou, por sua vez, que a atividade industrial em fevereiro mostrou dinâmicas diferentes entre grandes empresas, de um lado, e empresas de menor porte, do outro. As grandes empresas tiveram aumento da produção e do emprego, assim como em janeiro.
Por exemplo, as grandes empresas registraram aumento da produção em fevereiro, com índice de 50,9 pontos. Segundo a CNI, a última vez que as grandes empresas tinham registrado aumento da produção nesse mês havia sido em 2011 (índice de 51,9 pontos).
Já a produção das empresas de menor porte recuou em fevereiro. O índice das pequenas empresas ficou em 43,2 pontos, enquanto o das médias registrou 45,2 pontos. "Ambos os índices são os menores para o mês dos últimos três anos", diz a entidade.
A relação também ficou impressa no índice da UCI. A das grandes empresas aumentou 2 pontos porcentuais na passagem de janeiro para fevereiro de 2020, para 73%. O porcentual é 4 pontos porcentuais superior ao registrado em fevereiro de 2019 e também é o maior para o mês desde 2014. "O porcentual é próximo do patamar pré-crise, de 75%, observado em todos meses de fevereiro entre 2011 e 2014", aponta.
Já no caso das pequenas empresas, a UCI ficou em 59% em fevereiro de 2020, distante da média dos meses de fevereiro entre 2011 e 2014, de 64,5%.
A mesma dinâmica se reflete na UCI efetiva-usual. O índice das grandes empresas mostrou pequena alta em fevereiro, de 0,2 ponto enquanto que o índice das médias recuou 1,5 ponto e o das pequena, 1,6 ponto.
"Pequenas e médias ainda mostram queda na comparação com fevereiro de 2019, enquanto o índice das grandes mostra alta de 2,7 pontos nessa comparação", aponta a entidade.
O número de empregados aumentou somente nas grandes empresas, ficando em 51,9 pontos em fevereiro. O índice das médias ficou em 49,5 pontos, mostrando pequeno recuo do número de empregados, enquanto o das pequenas situou-se em 48,5 pontos, também apontando queda no número de funcionários.