Indústria: o medidor está em 101,0 pontos (Reprodução/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de abril de 2018 às 10h36.
São Paulo - A confiança da indústria recuou 0,7 ponto em abril de 2018, para 101,0 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas nesta quinta-feira, 26.
Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice, porém, segue em alta, alcançando também 101 pontos, mas 0,5 ponto acima do nível de março.
A coordenadora da pesquisa na FGV, Tabi Thuler Santos, avaliou que essa queda da confiança após nove altas consecutivas não é suficiente para alterar a trajetória da confiança industrial.
"O índice permanece acima dos 100 pontos, indicando prevalência de respostas favoráveis e otimistas na pesquisa." Ela ainda afirmou que o setor parece reagir ao ritmo mais lento do que o esperado na recuperação da economia e ao aumento de incerteza associado à proximidade das eleições.
O recuo foi observado em nove dos 19 segmentos industriais e no Índice de Expectativas (IE) e de Situação Atual (ISA). O IE teve queda mais forte, de 1,3 ponto, atingindo 101,5 pontos, já o ISA caiu 0,1 ponto, para 100,5 pontos, o que Tabi considerou como estabilidade.
A principal contribuição para o declínio do índice de expectativas foi a evolução do pessoal ocupado nos três meses seguintes, que registrou queda após duas altas consecutivas. Houve redução da proporção de empresas prevendo aumento do quadro de pessoal (22,6% para 18,6%) e elevação da fatia que espera cortes de funcionários (9,5% para 11,5%).
Já o único componente do ISA que registrou recuo foi o nível de estoques, e, mesmo assim, a FGV avaliou que não foi um aumento relevante de produtos em excesso.
O porcentual de empresas que consideram o nível de estoques como excessivo passou de 8,1% para 8,3% entre março e abril, enquanto os empresários que o consideram insuficiente caiu de 5,5% para 4,5%.
O quadro positivo da situação atual também pode ser observado no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), que teve a terceira alta consecutiva. O Nuci subiu 0,4 ponto porcentual, chegando a 76,5%, o maior desde maio de 2015 (76,6%).