Economia

Concessionária negocia aumento do pedágio na Regis

Concessionária Autopista Régis Bittencourt negocia com governo aumento na tarifa de pedágio para compensar elevação no custo das obras por alterações no projeto


	Régis Bittencourt: nos 402 km sob concessão entre São Paulo e capital paranaense operam seis praças de pedágio com tarifa básica de R$ 1,80
 (Wikimedia Commons)

Régis Bittencourt: nos 402 km sob concessão entre São Paulo e capital paranaense operam seis praças de pedágio com tarifa básica de R$ 1,80 (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2013 às 17h42.

São Paulo - A duplicação da Serra do Cafezal, vista com alívio pelos motoristas por eliminar o principal gargalo da rodovia Régis Bittencourt (BR-116), entre São Paulo e Curitiba, vai pesar no bolso dos usuários.

A concessionária Autopista Régis Bittencourt, do grupo Arteris, negocia com o governo um aumento na tarifa de pedágio para compensar a elevação no custo das obras em razão de alterações no projeto. Nos 402 km sob concessão entre São Paulo e a capital paranaense operam seis praças de pedágio com tarifa básica de R$ 1,80 - motos pagam metade.

A Arteris alega que o projeto que está sendo executado é muito mais complexo do que o contratado.

"Tem mais viadutos, pontes e túneis, além de uma faixa adicional em cada pista, obras que não estavam previstas e elevaram o custo. Estamos conversando com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres, órgão que fiscaliza as concessões federais) e a compensação tem de ser com aumento na tarifa, como prevê o contrato", disse o CEO da Arteris, David Diaz.

O percentual do reajuste ainda não foi definido. Quando a rodovia foi privatizada em 2008, o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a atenção para o valor do pedágio mais baixo que nas rodovias estaduais.

Conforme cálculos da empresa, o custo da duplicação dos 30 km entre Juquitiba e Miracatu, previsto em R$ 700 milhões quando o contrato foi assinado, em 2008, subiu 30% em razão das alterações no projeto.

Para atender as exigências ambientais e reduzir o impacto nas áreas de Mata Atlântica cortadas pela rodovia foram projetados quatro túneis e foi aumentado o número de pontes e viadutos - serão 36 obras de arte com extensão total de sete quilômetros.

"Como não foi permitida a construção de acessos para tocar as obras, em alguns viadutos estamos empregando a mesma tecnologia usada em obras sobre o mar", disse o superintendente da Autopista, Eneo Palazzi.


O trecho duplicado terá duas faixas na descida e três na subida da serra (sentido São Paulo), além de estrutura para mais uma faixa de cada lado. Segundo ele, as mudanças no projeto, também afetaram o cronograma dos serviços. O contrato original previa a conclusão até 2013, mas a licença ambiental para o último trecho saiu em janeiro deste ano.

Por conta do atraso, a concessionária foi punida com o congelamento na tarifa de pedágio nos dois últimos anos e teve de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a ANTT. No documento, o prazo de conclusão da obra ficou para fevereiro de 2017.

Investimento

O andamento dos trabalhos foi apresentado nesta quinta-feira, 10, em evento na capital com a presença de Francisco Reynés, CEO da espanhola Abertis, controladora da Arteris. Do trecho de pista simples na serra, já foram duplicados 11 km e outros 6,5 km estão em obras.

Os outros 12,5, na parte central da serra, serão iniciados em janeiro. Reynés disse que o grupo, que detém nove concessões no país e administra 3,2 mil km de rodovias, vai investir R$ 1 bilhão na Régis nos próximos cinco anos e R$ 3,9 bi até o fim da concessão, em 2033.

No Brasil, os investimentos vão somar R$ 7 bilhões, segundo ele. Parte será aplicada em projetos de segurança, como o Grupo Estratégico de Redução de Acidentes (Gerar). Na Régis, houve redução de 50% nos acidentes e 40% nas mortes desde 2008. A Arteris lançou uma revista em quadrinhos como parte de um projeto nas escolas para humanizar o trânsito.

A empresa controla quatro concessionárias de vias estaduais em São Paulo - Autovias, Centrovias, Intervias e Vianorte - e entrou na negociação com o governo paulista para não aumentar a tarifa em julho último, como previsto, após as manifestações de rua.

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