A produção de cana do centro-sul do Brasil em 2011/12 deverá atingir 519,3 milhões de toneladas, versus 573,1 milhões de toneladas previstas em maio (Kiko Ferrite/EXAME)
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2011 às 14h01.
São Paulo - A produção de cana do Brasil foi estimada em 589 milhões de toneladas em 2011/12, 5,6 por cento menor que o volume da safra anterior, por conta de condições climáticas desfavoráveis que reduziram a produtividade, apontou a Conab nesta terça-feira.No ciclo anterior, o Brasil produziu 623,9 milhões de toneladas.
"Não bastasse a falta de chuvas no segundo semestre do ano passado, que afetou o crescimento e reduziu a produtividade dos canaviais do centro-sul, neste ano geou duas vezes em regiões produtoras do centro-oeste de São Paulo, além do norte do Paraná e do sudoeste do Mato Grosso do Sul", apontou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em seu segundo levantamento para a safra 2011/12.
Segundo a estatal, o tempo seco prejudicou a brotação e o desenvolvimento da cana, tanto em áreas mais antigas como naquelas de renovação e expansão. Além disso, as condições de luminosidade e de temperatura durante o inverno estimularam o florescimento de algumas variedades de cana, o que reduz o rendimento agrícola.
A produtividade média brasileira foi estimada em 69.824 kg por hectare, 9,8 menor que no ciclo anterior, na maior queda de produtividade dos últimos anos, puxada sobretudo pelas condições dos canaviais no centro-sul, que respondem por 90 por cento da safra nacional.
No Norte e Nordeste, ao contrário do que se observa no centro-sul, os rendimentos médios estão melhorando e a Conab aponta um aumento de 8,3 por cento na produção destas duas regiões.
A falta de renovação dos canaviais e redução do uso de insumos por parte de produtores menos capitalizados são outros fatores que contribuem para o baixo rendimento apurado, segundo a estatal.
A Conab ressaltou que a renovação prevista para a safra 2011/12 deve ser inferior ao estimado inicialmente, por conta das adversidades climáticas ocorridas durante o período ideal de plantio dos canaviais.
"Os produtores estão enfrentando dificuldades para a renovação das áreas degradadas, especialmente por falta de recursos financeiros", afirmou a Conab. Segundo a estatal, há exemplos de lavouras que estão no décimo segundo corte, quando tecnicamente a recomendação é para que a renovação ocorra após a colheita do quinto corte.
"Em consequência deste atraso, a produtividade vem sofrendo quedas significativas...", acrescentou.
Açúcar e etanol
A Conab também rebaixou sua projeção para a produção total de etanol no país no atual ciclo, para 23,7 bilhões de litros, na comparação com volume produzido na safra anterior, de 27,6 bilhões de litros. O número também é inferior ao previsto em maio (27,1 bilhões de litros).
A Conab prevê que cerca de 49 por cento da safra brasileira, ou 288,2 milhões de toneladas, serão destinados à produção de açúcar, superior aos 46 por cento do ciclo anterior.
Para o açúcar, a estimativa também foi revisada para baixo, ficando em 37 milhões de toneladas em 2011/12 no Brasil, contra as 38,2 milhões de toneladas produzidas na safra passada. Em maio, a Conab estimou 41 milhões de toneladas.
Centro-sul
A produção de cana-de-açúcar do centro-sul do Brasil em 2011/12, que está sendo processada, deverá atingir 519,3 milhões de toneladas, versus 573,1 milhões de toneladas previstas em maio, informou a Conab.
No ciclo anterior (10/11), a produção foi de 560,5 milhões de toneladas.
A produção de açúcar na região, que concentra quase 90 por cento da safra brasileira, foi estimada em 31,9 milhões de toneladas para 2011/12, ante 35,8 milhões de toneladas projetadas em maio e 33,5 milhões de toneladas em 2010/11.
A produção total de etanol (anidro e hidratado) no centro-sul foi estimada em 21,5 bilhões de litros, ante os 24,9 bilhões de litros apontados em maio e 25,6 bilhões no período anterior.