A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, ampliou hoje a projeção para a produção nacional de grãos da safra 2009/2010. A estimativa subiu para 143,09 milhões de toneladas, ante uma expectativa, em janeiro, de 141,35 milhões de toneladas de grãos para o período. O resultado, de acordo com o quinto levantamento da estatal, será o segundo melhor da história, caso seja confirmado.

O bom desempenho da produção no atual ciclo se deve à regularidade de chuvas nos principais Estados produtores, segundo a companhia. Em nota, os técnicos da estatal salientaram que, no ciclo anterior, a safra foi prejudicada em virtude da estiagem nos Estados da região Sul e em Mato Grosso do Sul. Isso provocou redução significativa na colheita, especialmente de soja e milho. "Com a redução na área de plantio, o aumento de 5,9% na produção se deve à recuperação da produtividade, sobretudo do milho primeira safra e da soja."

A Conab realizou o levantamento no período de 18 a 22 de janeiro deste ano, em Estados das regiões Centro-Sul e Nordeste, no oeste da Bahia, no sul do Maranhão e no sul do Piauí. Na região Norte, foram pesquisados os Estados de Tocantins e Rondônia.

Soja
A Conab estimou ainda que a produção de soja brasileira na safra 2009/2010 será de 66,73 milhões de toneladas. Se for confirmada, ela superará em 16,7%, ou em 9,57 milhões de toneladas, o volume de 57,17 milhões de toneladas colhido no ciclo anterior. "Com tal resultado, será o maior volume da oleaginosa produzido no País", destacaram os técnicos da estatal.

A produtividade média nacional, prevista em 2,875 mil quilos por hectare, é 9,4% acima da obtida na safra passada e supera a produtividade atingida no ciclo 2006/2007 em 1,8%, o então recorde nacional de 2,823 mil quilos por hectare. O destaque permanece com Mato Grosso, que lidera o ranking da produção nacional, com 18,96 milhões de toneladas em uma área de 6,16 milhões de hectares.

"O menor custo por hectare, comparativamente à cultura do milho, seu maior concorrente, e a maior liquidez no mercado são fatores que justificam o crescimento e a preferência do produtor pela soja em detrimento da cultura do milho", pontuaram os técnicos no documento.

A perspectiva é de continuidade de um bom fim de safra, já que há previsão de chuvas acima do normal para boa parte da região Centro-Sul. "Para a safra que está sendo cultivada, as chuvas ocorridas até o mês de janeiro beneficiam o desenvolvimento e o crescimento das plantas."