Economia

Compra dos distribuidores de aço cai 9,8% em maio, diz Inda

O Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço deve ainda revisar sua estimativa para crescimento do consumo aparente de aço no Brasil, que era de 4% no ano


	Trabalhador de siderurgia: giro de estoques em maio permaneceu em 2,7 meses
 (Akos Stiller/Bloomberg)

Trabalhador de siderurgia: giro de estoques em maio permaneceu em 2,7 meses (Akos Stiller/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 15h56.

São Paulo - As compras dos distribuidores de aço nas siderúrgicas caíram 9,8% em maio deste ano em relação ao mesmo mês do ano anterior, de acordo com dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

Em relação a abril, as compras cresceram 0,6%, para um volume de 373,4 mil toneladas.

O levantamento inclui chapas grossas, laminados a quente, laminados a frio, chapas zincadas a quente, chapas eletro-galvanizadas, chapas pré-pintadas e galvalume.

Já as vendas da rede de distribuição recuaram 0,4% em maio na comparação com o mesmo período de 2013, para 368,5 mil toneladas.

Na comparação com o mês imediatamente anterior, houve uma alta de 3,1%.

Com esse desempenho, o giro de estoques em maio permaneceu em 2,7 meses.

O volume de estoques ficou em 987 mil de toneladas no mês passado, queda de 7% ante mesmo mês de 2013. Na comparação com abril, o volume aumentou 0,5%.

Já as importações registraram no mês passado 224,7 mil toneladas, alta de 124,3% ante maio de 2013 e crescimento de 52% em relação a abril deste ano.

O Inda ainda divulgou a expectativa dos associados para desempenho em junho. A perspectiva é de que haja queda em torno de 12% tanto para as compras como para as vendas.

Projeção

De acordo com o presidente do Inda, Carlos Loureiro, o segundo trimestre de 2014 deve ser de forte queda na atividade dos distribuidores de aço na comparação com o primeiro trimestre de 2014.

Ele avalia que o mau humor na economia e impactos na atividade industrial indicam queda significativa nas vendas em junho. A expectativa é de redução de 12% nas vendas ante o mês de maio.

No acumulado de janeiro a maio deste ano, as vendas indicam crescimento de 5,6%, mas se os números ruins de junho se confirmarem, deve haver queda para 3,6%.

O Inda deve ainda revisar sua estimativa para crescimento do consumo aparente de aço no Brasil, que era de 4% no ano.

"Provavelmente não teremos mais o crescimento previsto, provavelmente vamos revisar esse número para 2% nos próximos meses", declarou Loureiro.

Ele considera que o mercado doméstico está sendo afetado por um arrefecimento na atividade, incluindo em setores como construção civil e automotivo.

O Inda avalia que muito dificilmente as vendas em volume dos distribuidores dificilmente chegarão ao patamar das cerca de 350 mil toneladas vendidas em junho do ano passado.

O Inda ainda destacou que o forte crescimento nas importações inviabiliza o aumento de preços pelas usinas e dificulta a recuperação da rentabilidade delas.

Loureiro apontou que o excesso de produção da China, aliado ao câmbio atual, vem favorecendo a entrada de produtos importados.

Ele ainda considerou que há até mesmo um risco de que as usinas sejam forçadas a praticarem reduções de preço, mas ponderou que não há no momento nenhuma sinalização neste sentido por parte delas.

"É preciso observar o mercado, não adianta reduzir preço se não há demanda", comentou.

Assim como já vinha ocorrendo em outros meses, o crescimento das importações foi muito influenciado pelos zincados, como o galvalume.

Se em meses anteriores, porém, a importação servia para abastecer o mercado local porque a capacidade da indústria não supre completamente a demanda, disse ele, hoje já há capacidade ociosa nas usinas.

Loureiro informou que, depois de uma alta no preço dos galvanizados pelas usinas, eles foram reajustados para baixo em 10% este mês.

Além disso, Loureiro destacou o crescimento nas importações de laminados a frio. No acumulado de janeiro a maio, as importações desses produtos subiram 88,1% na comparação com o mesmo período de 2014.

"A questão da importação é hoje estrutural, as usinas não têm condição de competir com o preço do importado e no patamar atual do câmbio", opinou.

"Enquanto os preços do produto chinês se mantiverem, há pouco espaço para recuperação de preço pelas usinas no mercado mundial e o mercado nacional segue isso", concluiu.

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