Economia

Como lidar com o petróleo a US$ 30: produtores já preparam novos cortes

O início da guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia fez com que as cotações da commodity recuassem em cerca de um terço na segunda-feira

Petróleo: recuo nos preços da commodity causou quedas nos principais mercados globais (Nick Oxford/Reuters)

Petróleo: recuo nos preços da commodity causou quedas nos principais mercados globais (Nick Oxford/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de março de 2020 às 16h29.

Os já pressionados produtores de petróleo da América do Norte estudavam nesta terça-feira uma nova rodada de cortes de gastos e de perfurações, à medida que tentam acalmar as preocupações de investidores quanto à lucratividade dos negócios em meio aos atuais preços do petróleo.

O início da guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia fez com que as cotações da commodity recuassem em cerca de um terço na segunda-feira, disparando uma nova onda de choques em um setor que já passava por cortes de custos desde o colapso anterior dos preços, registrado entre 2014 e 2016.

A Chevron, segunda maior produtora de petróleo dos Estados Unidos, se juntou a Marathon Oil, EOG Resources, à canadense Cenovus Energy e a diversos produtores de menor escala para reavaliar gastos e planos de produção em meio à decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de bombear mais óleo a partir do mês que vem.

Uma fonte próxima à Chevron afirmou que embora não seja fácil cortar despesas de capital em um orçamento já apertado, os executivos provavelmente buscarão reduzir o número de sondas ativas na bacia de Permian, no Texas, maior campo petrolífero da América do Norte.

A consultoria Rystad Energy projetou que os gastos totais da indústria em exploração e produção de petróleo sejam reduzidos em 100 bilhões de dólares neste ano e em mais 150 bilhões de dólares em 2021 caso os preços do barril permaneçam em torno de 30 dólares.

"(As empresas) vão cancelar toda e qualquer atividade que não seja geradora de receita", disse Audun Martinsen, da Rystad Energy.

Para cortar custos, estima-se que a indústria de "shale" (petróleo não convencional) dos EUA tenha de reduzir pela metade o número de poços que originalmente planejava perfurar neste ano.

Acompanhe tudo sobre:Indústria do petróleoPetróleo

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China