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Não tenho certeza sobre euro supervalorizado, diz comissário

O Comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE afirmou, porém, que é preciso evitar guerra cambial de desvalorizações competitivas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 18h47.

Davos - O euro provavelmente não está supervalorizado, mas a União Europeia precisa evitar uma guerra cambial em que sua moeda poderia sofrer e servir de obstáculo para a recuperação econômica do continente, disse o Comissário de Assuntos Econômicos e Monetários da UE, Olli Rehn, nesta quinta-feira.

Rehn também afirmou que os países-membros da zona do euro estão trabalhando em maneiras de ajudar a Irlanda e Portugal a recuperar completamente acesso aos mercados financeiros neste ano e emergirem de programas de resgate internacional.

Em entrevista ao canal de televisão Reuters Insider no Fórum Econômico Mundial em Davos, ele foi questionado se estava preocupado com a possibilidade de que ações de outros grandes bancos centrais estejam levando a moeda europeia a se supervalorizar, o que desaceleria a saída do continente da recessão.

"Não tenho certeza se temos um euro forte demais no momento, mas certamente não queremos ver uma guerra cambial de desvalorizações competitivas que poderia ter um efeito negativo sobre o euro", disse Rehn.

"É importante que tenhamos tido uma taxa de câmbio relativamente estável graças à estabilidade do euro durante a crise, porque enquanto temos uma crise financeira e uma crise de dívida, não precisamos de uma crise de câmbio além disso", acrescentou.

O chairman dos ministros das Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, de Luxemburgo, que em breve deixará o cargo, disse neste mês que a taxa de câmbio do euro, que ganhou 10 por cento frente ao dólar desde julho passado e 20 por cento contra o iene, está "perigosamente alta".


Rehn disse que várias opções estão sob consideração para ajudar Irlanda e Portugal a voltarem aos mercados, incluindo possivelmente estender o prazo de empréstimos de resgate do fundo de resgate da zona do euro, ou fornecer uma nova linha de crédito de precaução.

Um acordo de linha de crédito serviria de base para que o Banco Central Europeu (BCE), se assim decidir, compre bônus de curto prazo para apoiar a Irlanda e Portugal, reduzindo seus custos de financiamento.

Não foi tomada nenhuma decisão ainda e a Comissão Europeia apresentará propostas em março sobre maneiras de auxiliar os dois países a saírem de pacotes de resgate da UE e do Fundo Monetário Internacional (FMI), disse ele.

Ele acrescentou que espera que ministros da zona do euro tomem uma decisão na "primavera-inverno", uma estação do ano finlandesa que vai aproximadamente de meados de fevereiro a meados de abril.

Separadamente, o BCE está considerando propostas irlandesas para aliviar o imenso fardo de notas promissórias emitidas para resgatar o falido Anglo Irish Bank em 2008, que custam anualmente 3,1 bilhões de euros ao Tesouro irlandês.


Dublin propôs converter as notas em bônus do governo que poderiam ser adotados como colateral com o BCE para reduzir o custo e permitir que a Irlanda acesse crédito do banco central, disseram fontes financeiras.

Uma decisão é esperada até o fim de março, quando está agendado o próximo pagamento.

Rehn disse que o ânimo em Davos sobre o euro mudou radicalmente em relação a um ano atrás, quando profissionais do mercado financeiro em reuniões privadas estavam fazendo apostas sobre quando a moeda única entraria em colapso e quando a Grécia seria forçada a deixar o bloco monetário.

"No ano passado havia um ânimo muito tenso aqui em Davos", disse ele. "Neste ano, eu acredito que estamos vendo o sentimento se mover da estabilização para a recuperação, e isso significa que eu devo ter uma chance para esquiar".

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