Bandeira da Irlanda: no total, o resgate do país representa uma ajuda de 85 bilhões de euros proporcionados por UE e FMI (Jussi Ekholm/Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 10h51.
Bruxelas - A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) aprovou nesta terça-feira o desembolso do próximo pacote de ajuda para a República da Irlanda no valor de 1 bilhão de euros, após a sétima revisão por parte da troika do programa de assistência financeira da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A este valor serão somados 900 milhões de euros de contribuições que correspondem ao FMI e em torno de 700 milhões de euros procedentes de empréstimos bilaterais com o Reino Unido, Suécia e Dinamarca, informou a Comissão.
Este novo lance de ajuda eleva o financiamento desembolsado por parte da UE à Irlanda para 36,6 bilhões de euros desde o início do programa em 2010.
Deste montante, 33,8 bilhões procedem do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM, em inglês) da União Europeia e do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) da zona do euro, e 2,8 bilhões de empréstimos bilaterais.
No total, o resgate da Irlanda representa uma ajuda de 85 bilhões de euros proporcionados por UE e FMI.
Em paralelo, o Executivo comunitário publicou nesta terça-feira o relatório da sétima revisão do resgate da Irlanda, que aconteceu entre 3 e 12 de julho, e cujo conteúdo foi conhecido após a visita da troika - FMI, Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia - a Dublin.
O relatório destaca o forte histórico de sucesso que a Irlanda registra na hora de implementar medidas de ajustes e reformas apesar de uma situação econômica difícil.
A troika prevê que o déficit fique em 8,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 e ressalta os progressos da Irlanda em reparar seu sistema bancário e nas importantes reformas estruturais que o país tem aplicado.
A percepção do mercado para a Irlanda melhorou significativamente nos últimos meses por conta dos resultados destas ações e do acordo da cúpula do euro, feito em junho, para examinar a situação do setor financeiro irlandês, que tem se esforçado para romper o ciclo vicioso entre os bancos e os bônus soberanos nesse país e em outros países-membros.
A melhora do sentimento dos investidores é refletida na redução das taxas de juros dos bônus irlandeses, o que permitiu à Irlanda voltar aos mercados no verão.
No entanto, a troika salienta que a economia irlandesa continua enfrentando importantes desafios, como o significativo déficit, a contínua alta taxa de desemprego e o grande endividamento do setor privado.
A troika reconhece que o êxito do programa pode variar dependendo dos grandes riscos que pesam sobre a economia irlandesa.
Entre outros problemas potenciais estão as incertezas sobre as perspectivas de crescimento para os parceiros comerciais e as dúvidas sobre a consolidação fiscal, assim como a complexidade das reformas financeiras em curso com relação aos fortes vínculos entre a dívida soberana e os bancos.