Desaceleração do comércio no segundo semestre resultará em crescimento moderado, diz economista-chefe da CNC (.)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2010 às 13h02.
Brasília - A alta de 1,4% em maio ante abril nas vendas do varejo divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (13) veio abaixo do esperado pelo mercado (a mediana das projeções era de 1,8%), mas não deve ser percebida de forma negativa, afirma o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. "A mediana esperada estava um pouco alta e o resultado veio dentro do contexto da economia brasileira."
A previsão da CNC é de que o comércio cresça entre 10,5% e 11% em 2010. "Este ano pode ser um dos melhores para a atividade comercial", avalia o economista. Apesar da expectativa otimista, Carlos Thadeu diz que, a partir de agora, o Brasil não vai mais vivenciar "um crescimento chinês", mas sim uma situação mais equilibrada.
"No segundo semestre, vamos perceber alternância entre meses mais fortes e mais fracos para o varejo", pondera Thadeu. A entidade prevê que, a partir do próximo ano, o PIB cresça por volta de 5% e o comércio, 9%. "A tendência agora é de acomodação e crescimento moderado, voltando ao que estávamos crescendo antes da crise. De volta à uma situação sustentável", explica.
De acordo com Thadeu, que foi diretor do Banco Central, a queda de 3,1% em abril ante março e a alta "enxuta" de 1,4% em maio na comparação com o mês anterior são devidas, em parte, pela antecipação do consumo de bens duráveis, no início do ano, quando o fim da redução do IPI foi anunciada pelo governo. "A oferta de crédito também impulsionou o consumo na ocasião", completa.