Economia

Comércio reduz ritmo de demissões no Brasil, aponta CNC

Segundo pesquisa, nos três primeiros meses do ano 13 dos 25 subsetores de atividade geraram postos de trabalho

Comércio: CNC aponta que, de janeiro a março, foram fechadas 64.378 vagas de emprego no setor (Marcelo Correa/Site Exame)

Comércio: CNC aponta que, de janeiro a março, foram fechadas 64.378 vagas de emprego no setor (Marcelo Correa/Site Exame)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de maio de 2017 às 12h22.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou hoje, no Rio de Janeiro, que, em todo o país, os diversos segmentos do setor vêm registrando recuperação na geração de empregos, apesar de ainda apresentarem saldo negativo no valor agregado.

Segundo pesquisa, a partir de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, nos três primeiros meses do ano 13 dos 25 subsetores de atividade geraram postos de trabalho, com a maior parte das vagas criadas ocorrendo entre os trabalhadores jovens e qualificados.

Apesar da constatação, de janeiro a março foram fechadas 64.378 vagas de emprego no setor, resultado que, no entanto, chega a ser 78% menor do que o verificado no primeiro trimestre do ano passado, quando deixaram de existir 303.129 postos de trabalho.

Segundo a CNC, o setor terciário destacou-se pela geração de vagas no comércio atacadista, abrindo 5.941 postos de trabalho, enquanto no comércio e na administração de imóveis e valores mobiliários foram criadas 2.148 novas vagas.

Os setores que mais reverteram o fechamento de vagas foram o primário (agropecuária) e o secundário (indústria). De forma semelhante, dos 15 subsetores que compõem a indústria, oito reverteram os saldos negativos, com destaque para as indústrias metalúrgica e têxtil, que geraram 1.378 e 13.383 novos postos de trabalho, respectivamente.

Ao analisar o comportamento do comércio, o economista da CNC Fabio Bentes ressaltou que "a reação de alguns segmentos do mercado de trabalho demonstra o início de uma retomada parcial da empregabilidade, que é o principal entrave para o crescimento do consumo no país".

Segundo ele, "o desempenho mais favorável da agropecuária e da indústria em detrimento do setor terciário está associado ao maior aquecimento da demanda externa. A produção industrial brasileira cresceu 0,3% no início de 2017, e o preço médio das exportações nacionais avançou 21,3% ante o mesmo período do ano passado", afirmou.

Geração por faixa etária

A CNC destacou, ainda, que a quantidade de postos de trabalho preenchida por jovens contrastou com o enxugamento de vagas voltadas para trabalhadores mais experientes.

No primeiro trimestre deste ano foram abertas 175,3 mil vagas para pessoas com até 24 anos de idade, número 120% maior do que o registrado no mesmo período de 2016.

Ao mesmo tempo, 239,7 mil vagas nas demais faixas etárias foram eliminadas no acumulado de 2017, ante 382,9 mil nos três primeiros meses de 2016. Outra constatação da CNC é que a geração de vagas no mercado formal favoreceu os trabalhadores mais qualificados. De janeiro a março, foram abertas 60,8 mil vagas para empregados com nível superior completo, número 44,4% maior do que no mesmo período de 2016.

A CNC observou, ainda, que houve reversão do saldo negativo do início do ano passado entre os trabalhadores com nível superior incompleto, com a abertura de 2.308 novas vagas.

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