Economia

Comércio externo do Brasil por meio marítimo tem queda

Esta foi a primeira retração de 2012 da corrente comercial brasileira por meio marítimo, o que mostra que o comércio exterior do País foi perdendo força ao longo do ano


	Comércio por meio marítimo: o destaque é o forte declínio nas exportações de bens manufaturados
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Comércio por meio marítimo: o destaque é o forte declínio nas exportações de bens manufaturados (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 14h45.

São Paulo - O comércio internacional brasileiro por meio marítimo registrou contração de 0,4% no terceiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, mostra relatório divulgado nesta terça-feira pela companhia de transporte de contêineres Maersk Line do Brasil. No período, os embarques recuaram 0,6% e as importações ficaram praticamente estáveis, com queda de 0,1%.

Esta foi a primeira retração deste ano da corrente comercial brasileira por meio marítimo, o que mostra que o comércio exterior do País foi, gradualmente, perdendo força ao longo de 2012. Nos três primeiros meses deste ano, houve crescimento de 6,9% na comparação anual, e, no segundo trimestre, o avanço foi reduzido para 2,3%.

O destaque é o forte declínio nas exportações de bens manufaturados. Apesar disso, houve leve aumento na importação de bens de consumo para o Natal no terceiro trimestre, o que aumenta a expectativa de que as vendas no varejo serão "modestamente positivas" neste fim de ano, segundo o CEO da Maersk Line do Brasil, Peter Gyde.

Para o quarto trimestre, o executivo adianta que o fluxo de contêineres entre o Brasil e o resto do mundo no mês de outubro foi forte, mas, no entanto, os meses de novembro e dezembro devem ser mais fracos. "Ainda não enxergamos uma melhora suficiente no volume que suporte a tese dos economistas de que a economia brasileira está voltando a se aquecer", ponderou Gyde. "Ainda esperamos por sinais concretos de que a economia local está se recuperando".


Na análise por regiões, o estudo mostra que, no caso da Ásia, as exportações brasileiras continuam sofrendo. Os embarques de produtos refrigerados para a região cresceram apenas 1,5%, frente a um avanço de 31% no segundo trimestre. Para os próximos trimestres, Gyde salienta que a economia chinesa já começa a mostrar sinais de estabilidade, após uma desaceleração do crescimento. Diante disso, portanto, não são esperadas mudanças drásticas nos volumes daqui para frente.

O comércio europeu segue mostrando fraqueza, com cinco trimestres seguidos de falta de crescimento das exportações de carga.

Estados Unidos

A demanda dos Estados Unidos por produtos brasileiros apresentou, no terceiro trimestre, os primeiros sinais de crescimento desde o início de 2011. "Os ganhos reforçam a expectativa de que a economia norte-americana deve crescer 2% no quarto trimestre, graças ao aumento da confiança do consumidor e à melhora do mercado imobiliário", destacou o executivo. As exportações de produtos não refrigerados para os EUA e Golfo do México se expandiram 7% no terceiro trimestre na comparação anual, após uma contração de 0,8% no trimestre anterior.

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