Economia

Comércio eletrônico é afetado pela inflação, aponta FIA

O esgotamento do consumo apareceu em vários resultados da Pesquisa de Intenção de Compra para o 2.º trimestre deste ano


	Na internet, a queda da intenção de compra foi generalizada para todos os segmentos 
 (Stock.xchng)

Na internet, a queda da intenção de compra foi generalizada para todos os segmentos (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2013 às 08h54.

São Paulo - O novo nível de inflação, que em 12 meses pode ultrapassar 6,5%, começa a afetar a capacidade de compra de bens duráveis e semiduráveis do consumidor, tanto no varejo tradicional como no comércio eletrônico.

O esgotamento do consumo apareceu em vários resultados da Pesquisa de Intenção de Compra para o 2.º trimestre deste ano, feita pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA).

Entre abril e junho, houve retração na intenção de compra de bens duráveis em 10 de 13 linhas de produtos pesquisados, ante o 2.º trimestre de 2012.

Na internet, a queda da intenção de compra foi generalizada para todos os segmentos nas mesmas bases de comparação.

Segundo a pesquisa, feita em parceria com a empresa de informações do comércio eletrônico e-bit, 76,5% dos consumidores planejam ir às compras em lojas virtuais no 2.º trimestre, 7,4 pontos porcentuais abaixo do 1.º trimestre e o menor resultado da série da pesquisa iniciada em 2007.

No caso do varejo tradicional, 56,8% dos 500 entrevistados em março pretendem comprar bens duráveis e semiduráveis entre abril e junho, resultado ligeiramente superior em relação ao 1.º trimestre e estável ante o mesmo período de 2012.


Segundo o presidente do Conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo, apesar do ligeiro crescimento na intenção de consumo das lojas físicas para este trimestre por causa das datas importantes como Dia das Mães e Dia dos Namorados, a perspectiva é de forte desaceleração no volume de compras por causa da disparada da inflação.

Para o 2.º trimestre, ele projeta aumento de 1,3% nas vendas - "Essa projeção é conservadora." Em igual período de 2012, a alta foi de 6,1%.

De acordo com Nuno Fuoto, diretor do Provar, há vários sinais de esgotamento da capacidade de compra. Neste trimestre, sobram 10% do orçamento de recursos para consumo, depois de cobertas todas as despesas básicas.

No 1.º trimestre deste ano e no 2.º trimestre de 2012, essa fatia era de 11,4%. Também cresceu, de 14,8% no 1.º trimestre para 16,4% no 2º trimestre, a fatia do orçamento comprometida com crediário.

Fuoto observa que outro sinal de esgotamento é que o índice de transferência de compras entre produtos hoje está muito baixo. Isso ocorre quando há restrição na renda.

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