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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.
Começa hoje a reunião ordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O mercado não espera alteração na taxa básica de juros e as atenções continuam voltadas para as eleições, que dividem as pressões com os vencimentos cambiais. Nem o rebaixamento do Brasil pela Fitch, ontem (21/10), teve grande impacto. As razões apresentadas pela agência de rating - a principal foram "as incertezas sobre a continuidade da atual política econômica diante do cenário eleitoral e a sustentabilidade da dívida pública brasileira" - já estavam contabilizadas pelo mercado.
Além das eleições, os fluxos cambiais também devem influenciar o mercado hoje e nos próximos dias. As pressões virão dos vencimentos de 1,1 bilhão de dólares em operações de swap e até 500 milhões de vencimentos privados esperados até o final do mês. Ontem, a tentativa de rolagem da dívida de 1,1 bilhão fracassou. Caso toda a dívida não seja rolada, como vem ocorrendo nas últimas semanas, a exposição cambial do mercado aumenta, o que leva a um aumento por outras formas de hegde (proteção) cambial. "A espera pelo fim do processo eleitoral pode diminuir a liquidez, mas acreditamos que a pressão sobre o câmbio deve ser pouco acentuada", diz o Lloyds TSB.
Quanto à reunião do Copom, boa parte do mercado acredita que mudar mais uma vez a taxa de juros poderia passar a impressão de que o comitê está inseguro em relação ao futuro, "o que aumentaria a apreensão do mercado", diz o Lloyds. Além disso, não houve mudança significativa nas variáveis relevantes nos últimos dias, apesar do segundo decêndio do IGP-M ter ficado acima das estimativas (2,86%). "Uma alteração no viés igualmente poderia aumentar a insegurança em relação a uma nova rodada de alta da taxa", diz o relatório do banco. Por essas razões, o BBV Banco também acredita na manutenção dos 21% ao ano, sem viés.
Mercado de juros
Com a expectativa da manutenção da Selic, as projeções de juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuro (BM&F) recuaram ontem. O juro de novembro, vencimento mais curto, terminou o dia a 21,65%, contra 21,76% do fechamento de sexta-feira. No vencimento de dezembro, a projeção caiu de 23,19%, na sexta, para 22,74% ao ano.
As taxas de juros passaram boa parte da última semana se ajustando à nova Selic, determinada em reunião extraordinária do COPOM no dia 14 de outubro. "O mercado parece ter comprado a idéia do BC de tentar conter a inflação e vem levemente reduzindo os prêmios de risco", afirma o Lloyds. A taxa pré de ano que chegou a 32% na semana passada voltou para cerca de 28,65% no início desta semana.
Indicadores
A Fundação Getúlio Vargas divulga o Índice Geral de Preços (IGP-10) de outubro.