Hidrelétrica: reservatório, segundo os especialistas chineses, aumenta em 25% a capacidade de geração elétrica do Tibete (Santo Antonio/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 24 de novembro de 2014 às 12h19.
Pequim - A primeira central hidrelétrica no rio Brahmaputra começou a funcionar na região do Tibete (sudoeste da China) após cinco anos de obras nas quais Índia e Bangladesh, os outros países da bacia, expressaram seu temor de que o reservatório afete sua economia e meio ambiente.
A represa de Zangmu, a 3.300 metros acima do nível do mar, representou um investimento de US$ 1,5 bilhão, e seu primeiro gerador começou a funcionar neste domingo, enquanto outros cinco serão ligados antes do final de 2015, informou a agência oficial "Xinhua".
A instalação terá uma capacidade total instalada de 510 megawatts e gerará anualmente 2,5 bilhões de quilowatts/hora de eletricidade, principalmente destinados à região do Tibete, onde são frequentes os problemas de abastecimento de energia elétrica especialmente nos meses de inverno.
O reservatório, segundo os especialistas chineses, aumenta em 25% a capacidade de geração elétrica do Tibete, uma das regiões menos desenvolvidas da China.
A construção da represa no Brahmaputra (rio que na China é conhecido por seu nome tibetano, Yarlung Tsanpo) foi objeto de receios por parte dos outros países por onde este rio flui, especialmente na Índia, onde se criticou em muitas ocasiões o possível impacto ambiental que a represa poderia ter.
A China assegura que a construção de Zangmu foi realizada levando em conta de forma especial a proteção do meio ambiente, e para isso se investiram US$ 52 milhões em projetos paralelos à represa tais como unidades de tratamento de resíduos e áreas de proteção da fauna fluvial.
No entanto, o fato de que as autoridades chinesas mantivessem certo segredo sobre a construção da usina hidrelétrica e o temor de que a China crie outras quatro represas projetadas no mesmo curso alto do rio mantêm os receios.
O Brahmaputra, rio sagrado para os hindus, flui por mais de 2.900 quilômetros e forma junto ao Ganges o maior delta do mundo, em Bangladesh e Índia ocidental.