Economia

Com vendas de carros fracas, voltam os feirões

Até terça-feira (12), contabilizando-se oito dias úteis, foram vendidos 97,9 mil automóveis e comerciais leves, número 9% inferior ao do mesmo período do mês passado


	As montadoras esperam vender no mês todo 310 mil veículos
 (Marcello Casal Jr./Abr)

As montadoras esperam vender no mês todo 310 mil veículos (Marcello Casal Jr./Abr)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2013 às 09h56.

São Paulo - Depois de registrar o pior fevereiro em vendas desde 2010, o mercado de carros novos ainda não reagiu em março, conforme esperavam as fabricantes.

Os estoques seguem elevados, beirando os 40 dias, e a expectativa se volta para a segunda metade do mês, quando a maioria das marcas pretende fazer campanhas e feirões chamando a atenção do consumidor para a nova alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 1.º de abril.

Até terça-feira (12), contabilizando-se oito dias úteis, foram vendidos 97,9 mil automóveis e comerciais leves, número 9% inferior ao do mesmo período do mês passado - que contou com o feriado do carnaval.

Em relação a março de 2012, contudo, há uma alta de 1,5%. Somando caminhões e ônibus, os números preliminares indicam 103,9 mil licenciamentos até aquela data, com queda de 8,8% na comparação com fevereiro, mas 1,7% melhor que os resultados de igual período de março do ano passado.

As montadoras esperam vender no mês todo 310 mil veículos. Se atingido, o número representará um crescimento de 30% ante fevereiro, que fechou com 235,1 mil unidades, 24,5% inferior a janeiro.

No início do mês, o próprio presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse que a tendência para a segunda quinzena de março seria de ocorrer "um ataque das montadoras com promoções e campanhas".


O mote dos feirões e peças publicitárias que serão intensificados a partir da próxima semana é a nova alta do IPI. Para carros com motor com motor 1.0, o imposto subirá de 2% para 3,5%. Para modelos até 2.0 flex de 7% para 9% e de 8% para 10% naqueles a gasolina.

Novo reajuste

O repasse para os preços depende da estratégia de cada marca, mas, a exemplo do que ocorreu em janeiro, é provável que a maioria dos modelos que serão faturados a partir daquela data tenha algum reajuste.

Entre o fim de maio e dezembro, o IPI dos carros 1.0 foi zerado e o dos modelos até 2.0 foi reduzido à metade. Em janeiro, a alíquota voltou a ser cobrada gradualmente e a maioria das empresas repassou a diferença aos preços para os veículos da linha 2013, em índices que variaram de 1% a 5%.

Como ainda havia muito estoque de carros faturados em dezembro, antes da retomada do IPI, dezembro teve recorde de vendas para o mês, com 311,4 mil unidades.


Em 1º de julho, as taxas de 7% para os automóveis 1.0 e de 11% (versão flex) e 13% (gasolina)para os mais potentes voltam a ser cobradas integralmente. "O mercado já está dando sinais de melhora", afirma Marcos Leite, gerente da revenda Volkswagen Amazon.

"Há uma melhor constância de vendas, diferente do que ocorreu em fevereiro". Ele aposta que o movimento vai melhorar ainda mais a partir da próxima semana e já prepara uma campanha própria para as lojas do grupo, "alertando sobre a nova alta do IPI."

Segundo a Anfavea, o setor encerrou fevereiro com 310 mil veículos em estoques, suficientes para 39 dias de vendas. O executivo de uma grande montadora disse ontem estar preocupado com o fraco desempenho dos primeiros dias deste mês e disse temer que os estoques aumentem ainda mais.

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