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Com Selic a 10,5% ao ano, Brasil está entre os três países com maior taxa de juro real do mundo

Cálculo mostra taxa real de 7,36%, terceira maior entre 40 países. Brasil fica à frente de México e África do Sul

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Publicado em 1 de agosto de 2024 às 06h59.

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Depois de o Comitê de Políticas Monetárias (Copom) manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,5% ao ano na quarta-feira, 31, o Brasil continuou entre os três países do mundo com a maior taxa de juros real. O país só fica atrás da Turquia (12,13%) e pela Rússia (7,55%), com juro real de 7,36%, segundo levantamento do site MoneYou.

Entenda o contexto

O economista Jason Vieira, responsável pelo ranking que contempla 40 países, avalia que o cenário para corte de juros no Brasil continua travado pela questão fiscal. A insistência do governo é em aumentar a arrecadação, sem nenhuma sinalização de controle de gastos, diz o economista.

Ele cita também que eventos como as enchentes no Rio Grande do Sul, além de fenômenos climáticos como a La Niña (resfriamento das águas do oceano Pacífico) pressionaram a inflação de alimentos. O câmbio, com a alta do dólar, também é fator de pressão sobre os preços.

"E nos Estados Unidos a possibilidade de um corte de juros é cada vez mais remota este ano", diz Vieira.

Com juro real de 7,36%, o Brasil fica à frente do México (6,24%, em 4º lugar), África do Sul (3,89%, em 5º lugar) e Indonésia (3,61%, 6º lugar).

A taxa real é uma combinação de inflação projetada para os próximos 12 meses, via coleta do relatório Focus do Banco Central, de 3,67%, e da taxa de juros DI dos próximos 12 meses no vencimento mais líquido, que é julho de 2025.

O movimento global de alta de juros perdeu força. A maior parte dos países vem mantendo suas taxas nas últimas reuniões do banco central. No ranking, entre 40 países, 72,50% mantiveram, enquanto 5% elevaram as taxas e 22,50% cortaram.

 

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