Serviços: as contratações estão nos planos de apenas 8,8% das empresas, contra 13,7% um ano atrás (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 14h17.
Rio - A demanda fraca e o crédito caro estão deixando os empresários de serviços mais pessimistas neste início de ano.
Diante das dificuldades, o reajuste de 11,6% no salário mínimo deve colocar pressão sobre os custos e pode acelerar o processo de ajuste no pessoal ocupado no setor, de acordo com avaliação do economista Silvio Sales, consultor da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Em fevereiro, 26,9% dos empresários afirmaram que pretendem dispensar funcionários nos próximos três meses. Há um ano, essa fatia era de 18,4%.
Já as contratações estão nos planos de apenas 8,8% das empresas, contra 13,7% um ano atrás.
"O reajuste do salário mínimo pode trazer a necessidade de um ajuste mais rápido, até porque o setor de serviços começou a demitir mais tarde", disse Sales.
O especialista lembrou que a atividade é intensiva em mão de obra e remunera muito próximo ao salário mínimo - por isso acaba sendo mais pressionada. "Isso pode levar também ao aumento da informalidade", acrescentou.
As motivações para demitir são várias, segundo Sales. Os empresários estão inseguros sobre o futuro da atividade, e a demanda insuficiente é um fator recorrente apontado.
Neste mês, foram 39,4% das respostas, mas esse índice ultrapassou 50% nos transportes, em alojamento e alimentação. A dificuldade de acesso a crédito também está estrangulando as empresas, com 23,4%.
"Não foi um ponto, é uma tendência negativa majoritária entre os segmentos. Isso traduz o grau de incerteza que a gente tem. Os empresários ficaram mais pessimistas", disse Sales. Neste mês, a confiança de serviços caiu 0,7 ponto.