Economia

Com queda do preço do petróleo, governo defende que Petrobras reduza preço dos combustíveis

Posição da gestão petista foi apresentada a estatal pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após a Opep sinalizar aumento na produção da commodity

Petrobras: governo defende que a estatal reduza os preços dos combustíveis diante da que da no custo do petróleo no mercado internacional (Agência Petrobras/Divulgação)

Petrobras: governo defende que a estatal reduza os preços dos combustíveis diante da que da no custo do petróleo no mercado internacional (Agência Petrobras/Divulgação)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 7 de abril de 2025 às 17h58.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 19h34.

A decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aumentar a produção de barris da commodity a partir de maio já se refletiu no redução do custo do produto e o governo brasileiro passou a defender que Petrobras reduza os preços do diesel e gasolina.

O preço do petróleo já acumula redução de 15% em abril. Segundo técnicos da gestão petista, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, tem dialogado com a presidente da estatal, Magda Chambriard, para que a companhia possa repassar essa queda para os preços dos combustíveis.

A avaliação inicial do governo é que o preço do diesel poderia ser reduzido mais uma vez nas próximas semanas e o da gasolina, na sequência. Entretanto, não há prazo para que essa decisão seja tomada pela Petrobras.

Como mostrou a EXAME, a Petrobras diminuiu na última terça-feira, 1º de abril, o preço de venda de diesel A para as distribuidoras. A queda do valor foi de R$ 0,17 por litro.

Alívio para inflação

A redução do preço dos combustíveis tem potencial para aliviar a inflação no Brasil. Como o transporte de cargas no país é feito, majoritariamente, por caminhões, um alívio no valor do diesel tende a baratear o custo do frete.

Nos dois primeiros meses do ano, o preço do diesel acumula alta de 5,36% e o da gasolina, 3,40%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O IPCA tem acelerado no país. Em fevereiro, o Banco Central (BC) informou que o resultado da inflação nos próximos seis meses, ao considerar o resultado acumulado em 12 meses, deve levar ao descumprimento da meta.

Pela regra vigente no país, o objetivo a ser perseguido é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Com isso, o resultado pode variar entre 1,5% e 4,5%.

Caso esse cenário se confirme, o presidente da autoridade monetária, Gabriel Galípolo, será obrigado a escrever uma carta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar os motivos desse desempenho e que medidas serão tomadas para o IPCA convergir para o intervalo de tolerância.

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