Economia

Desafio do governo Bolsonaro é fazer Brasil reaprender a crescer

Desde 2011, quando Dilma tentou acelerar o crescimento alterando o tripé da política econômica, o PIB brasileiro tem comportamento abaixo da média mundial

Governo: em 2015 e 106, o mundo se expandiu em torno de 3% ao ano e o Brasil viveu recessão profunda. (Ueslei Marcelino/Reuters)

Governo: em 2015 e 106, o mundo se expandiu em torno de 3% ao ano e o Brasil viveu recessão profunda. (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Clara Cerioni

Publicado em 5 de janeiro de 2019 às 08h00.

Última atualização em 5 de janeiro de 2019 às 08h00.

Jair Bolsonaro inicia governo com o duro desafio de recolocar o país em um ritmo de crescimento compatível com, ao menos, a média mundial.

Desde 2011, quando o governo Dilma Rousseff tentou sem sucesso acelerar o crescimento alterando o tripé da política econômica, o PIB brasileiro tem comportamento abaixo da média mundial.

Esta diferença de desempenho foi dramática em 2015 e 2016, quando o mundo se expandiu em torno de 3% ao ano e o Brasil viveu recessão profunda.

A defasagem do crescimento brasileiro fica ainda maior quando a comparação é feita com a média dos países emergentes. Em um cenário de incerteza nos mercados globais, a projeção para a expansão destes países vem caindo, mas continua perto dos 5%, o dobro do avanço projetado para a economia brasileira neste ano, de 2,5% segundo a pesquisa Focus. O ex-ministro Delfim Netto disse à Bloomberg que o Brasil caminha para o “subdesenvolvimento relativo”.

Apesar de a inflação abaixo do centro da meta permitir ao Banco Central manter os juros em nível recorde de baixa, o desempenho da economia brasileira vem sendo prejudicado pelas incertezas fiscais. O déficit primário vem se mantendo acima dos R$ 100 bilhões ao ano desde 2015.

O mercado flertou com o otimismo de que o governo daria um grade passo para conter o déficit com a reforma da Previdência no governo Temer, mas a torcida dos investidores foi frustrada pela delação da JBS, que minou a força política do presidente.

A nova aposta do mercado é o governo Bolsonaro, que além das reformas fala em acelerar as privatizações e desregular a economia. Assim como no governo Temer, a grande dúvida é se o governo terá força política para implementar sua agenda.

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