Economia

Com nova medida, Abraciclo espera retomar venda de motos

Associação disse que a medida que dispensa a cobrança judicial obrigatória por instituições financeiras será "muitíssimo bem-vinda" se concretizada


	Operários trabalham na produção de motos na linha de montagem da fábrica da Honda, em Manaus
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Operários trabalham na produção de motos na linha de montagem da fábrica da Honda, em Manaus (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2014 às 19h02.

Ribeirão Preto - O presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), Marcos Fermanian, afirmou, na tarde desta quarta-feira, 20, que a medida que dispensa a cobrança judicial obrigatória pelas instituições financeiras em operações sem garantia de até R$ 100 mil e com garantia de até R$ 50 mil será "muitíssimo bem-vinda" se concretizada.

A cautela adotada por Fermanian é explicada pela necessidade de uma avaliação, pela entidade, do texto da futura Medida Provisória (MP) com as regras de facilitação jurídica para a retomada de bens.

"A facilitação da retomada do bem era uma das questões pleiteadas, mas serão necessárias várias mudanças na legislação para viabilizar o processo. Vamos esperar chegar a MP, mas a medida, se concretizada, é muitíssimo bem-vinda", afirmou o executivo.

Para Fermanian, o reflexo positivo dessas medidas deve ocorrer primeiro no aumento da concessão de crédito pelos bancos de montadoras, pelo fato de as instituições financeiras operarem com os bens de uma mesma companhia.

"Posteriormente, vamos voltar a bater na porta dos bancos privados para ver em que medida essa ação possa refletir no aumento de crédito. A expectativa é positiva", disse o presidente da Abraciclo.

O setor de motocicletas tem sido um dos mais prejudicados pelo crédito restrito ao financiamento e um dos fatores alegados pelas financeiras é o custo para a recuperação judicial, muitas vezes superior ao valor de um veículo inadimplente.

Com isso, as vendas de motos financiadas recuaram 14,3% no primeiro semestre de 2014, ante igual período de 2013, enquanto as totais caíram 4%.

Fermanian elogiou ainda a mudança e a ampliação na liberação dos compulsórios para o crédito, outra medida anunciada nesta quarta, mas ainda não tem uma avaliação se a liquidez será transformada em financiamento para motos.

"Os recursos do compulsório podem ir para compra de carteiras, para carros novos e outros fins que não sejam o financiamento de motos".

Vendas em queda

As medidas do governo foram anunciadas no mesmo dia que a Abraciclo divulgou levantamento que aponta a venda de 58.301 motocicletas na primeira quinzena de agosto, uma queda de 10% em comparação com o mesmo período de 2013 (64.688 unidades) e leve alta de 2,6% ante aos 15 primeiros dias de julho (56.803).

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