Economia

Com real em baixa, Brasil perde espaço no ranking de riqueza

Dados do Credit Suisse sobre a riqueza no planeta apontam que a renda média anual de um brasileiro caiu de US$ 23,4 mil para US$ 17,5 mil entre 2014 e 2015


	Ranking da riqueza global: dados do Credit Suisse sobre a riqueza no planeta apontam que a renda média anual de um brasileiro caiu de US$ 23,4 mil para US$ 17,5 mil entre 2014 e 2015
 (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

Ranking da riqueza global: dados do Credit Suisse sobre a riqueza no planeta apontam que a renda média anual de um brasileiro caiu de US$ 23,4 mil para US$ 17,5 mil entre 2014 e 2015 (Rodrigo_Amorim/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 09h01.

Genebra - A desvalorização do real faz o Brasil registrar uma das maiores quedas na renda média de um adulto em dólares entre as maiores economias do mundo.

Dados publicados hoje pelo banco Credit Suisse sobre a riqueza no planeta apontam que a renda média anual de um brasileiro caiu de US$ 23,4 mil para apenas US$ 17,5 mil entre 2014 e 2015.

Segundo o banco, entre 2000 e 2014, a riqueza média do brasileiro triplicou, passando de US$ 8 mil para US$ 23,4 mil. Para chegar a esse valor, o Credit Suisse calcula os ativos financeiros e bens, reduzindo os níveis de endividamento.

Mas numa comparação internacional, o Brasil agora aparece apenas com a 75.ª maior renda por adulto, superado entre 2014 e 2015 pelo Peru, Colômbia, Turquia e Tunísia.

A riqueza é menos da metade da média mundial, de US$ 52 mil, e está abaixo da taxa latino-americana, de US 18 mil. Na China, a riqueza média de um adulto é de US$ 22 mil por ano.

No Brasil, a queda na renda média em dólar foi de 24% em 12 meses, algo que só foi superado pela Rússia e Ucrânia. Descontando as flutuações da moeda, porém, a riqueza do brasileiro em reais continuou aumentando em 5,9% entre 2014 e 2015.

A liderança no ranking da riqueza no mundo é da Suíça, com uma média dos adultos de US$ 545 mil por ano, 30 vezes a do Brasil. A segunda posição é da Nova Zelândia, com uma riqueza média por adulto de US$ 400 mil. A terceira posição é da Austrália, seguida pelos EUA.

Desigualdade

O informe também aponta que a desigualdade continua elevada no Brasil.

Em 2015, o País soma a sétima maior população de milionários no mundo, com 168 mil pessoas nessa categoria. Até 2020, a estimativa do banco é de o número de milionários brasileiros aumente em 37%, para um total de 229 mil.

Mas, no total, apenas 11 milhões dos 200 milhões de brasileiros podem ser considerados como "classe média", um padrão que é calculado pelo banco como sendo de uma pessoa com uma renda mínima de US$ 28 mil por ano no Brasil.

No total, essas 11 milhões de pessoas detêm cerca de 30% do PIB nacional.

Hoje, portanto, o Brasil tem uma classe média menor que a do México, com 12,9 milhões e metade da espanhola, com mais de 20 milhões. Na China, essa classe soma 109 milhões de pessoas.

O número representa apenas 8% da população brasileira, uma taxa distante dos mais de 40% na Alemanha e países escandinavos, mas também inferior a Polônia, Chile, Malásia, China e Peru.

"A alta taxa de desigualdade reflete a desigualdade de renda, que está por sua vez relacionada com os padrões desiguais de educação entre a população e o hiato entre a economia formal e informal", alerta o banco.

Não é apenas no Brasil que a disparidade social é profundo. Segundo o banco, apenas 1% da população mundial detém 50% da renda do planeta. A riqueza total chegou a US$ 250 trilhões em 2015 e, em 2020, deve superar a marca de US$ 300 trilhões.

O número de milionários também vai continuar aumentando, em 46% em apenas cinco anos. Em 2020, cerca de 49,3 milhões de pessoas poderão ser considerados como milionários. 7,5% deles estarão nos países emergentes.

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