Economia

Com crise, venda de celular sem acesso à internet sobe 38%

Venda de celulares sem acesso à internet voltou a crescer no segundo trimestre, como reflexo da crise econômica


	Celulares: venda de aparelhos mais simples cresceu mais que a de smartphones
 (Stock.Xchng/iStockphoto)

Celulares: venda de aparelhos mais simples cresceu mais que a de smartphones (Stock.Xchng/iStockphoto)

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2016 às 09h46.

São Paulo - A venda de celulares voltou a crescer no segundo trimestre de 2016, de acordo com dados revelados na quinta-feira, 6, pela consultoria IDC.

O mercado total avançou 23,1% frente ao primeiro trimestre do ano, depois de sucessivas quedas nas vendas - na comparação anual foi registrada queda de 1,7%.

Apesar de o volume de smartphones ter crescido 16,6% no primeiro trimestre em relação ao período entre janeiro e março, os celulares básicos - com acesso limitado à internet e sem aplicativos - foram o que registraram maior alta nas vendas, com 38,4% mais unidades.

Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, grandes varejistas procuraram os fabricantes após ficarem sem celulares mais simples nas lojas no final de 2015.

Empresas como Positivo, Alcatel, Blu, Multilaser e até mesmo a sul-coreana LG abasteceram o varejo com grandes quantidades desses aparelhos a partir de abril.

"Começamos a vender dois modelos de celulares básicos para idosos em março", diz Francisco Hagmeyer Jr., diretor comercial da brasileira DL. "As vendas explodiram até julho."

Segundo o executivo, a crise econômica reduziu o poder de compra do brasileiro, ao mesmo tempo em que o dólar pressionou o preço dos smartphones. Isso acabou favorecendo os "básicos".

A Positivo - que investe alto com na marca Quantum para smartphones - também aproveitou a oportunidade. A empresa lançou celulares mais simples, mas compatíveis com redes 3G. "Como o 2G não está presente em todas as cidades, as operadoras demandaram aparelhos com 3G", diz o vice-presidente de mobilidade da Positivo, Norberto Maraschin Filho.

Para o segundo semestre do ano, a IDC prevê que os altos estoques de celulares básicos no varejo possam gerar uma "guerra de preços". "O preço médio desses modelos, que é de R$ 134, tenderá a cair nos próximos meses", diz Silva, da IDC.

A alta nas vendas não significa, porém, que o brasileiro esteja dando um passo atrás em termos de evolução tecnológica. Do total de aparelhos vendidos no segundo trimestre, os básicos representaram apenas 10,5% do total. A IDC prevê que, até o final do ano, eles fiquem com 8,3% das vendas. "Não existe uma demanda crescente por celulares básicos", explica o analista da consultoria IDC, Diego Silva. "Os fabricantes apenas responderam a uma oportunidade do mercado."

Para o diretor executivo de produtos da Alcatel para a América Latina, Roberto Soboll, os celulares básicos não vão deixar de existir - pelo menos pelos próximos anos. "Sempre vai haver uma parte das pessoas que reluta em aprender a usar o smartphone", diz o executivo. "Mas as vendas continuarão estagnadas, apesar de passarem por flutuações."

Smartphones

O preço médio dos smartphones vendidos no segundo trimestre de 2016 caiu de R$ 1.152 para R$ 1.045, de acordo com o estudo da IDC. No total, os aparelhos com preço entre R$ 499 e R$ 999 responderam por mais de 60% das vendas. Isso mostra que o brasileiro está menos disposto a pagar caro em um smartphone.

"Os fabricantes estão de olho em quem comprou o primeiro smartphone em 2014 ou 2015", diz Silva. "Na segunda aquisição, o consumidor procura um smartphone melhor."

No total, os smartphones movimentaram R$ 11,4 bilhões entre abril a junho, 15,7% a mais que no mesmo período de 2015.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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