Economia

Com crise hídrica, conta de luz terá bandeira vermelha nível 2 em junho

Aneel confirma mudança devido aos principais reservatórios hidrelétricos estarem "em níveis mais baixos para essa época do ano"; nova bandeira é a mais cara

Linhas de transmissão de energia em Brasília (DF) 
29/08/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

Linhas de transmissão de energia em Brasília (DF) 29/08/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de maio de 2021 às 08h47.

As contas de luz no Brasil ficarão mais caras em junho, com o acionamento da chamada bandeira tarifária vermelha nível 2, a mais custosa prevista no mecanismo que gera cobranças adicionais quando a oferta de energia no sistema é menor, em meio a uma crise hidrológica histórica no país.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou em comunicado na sexta-feira que a mudança na bandeira, que em maio foi vermelha nível 1, deve-se ao início do próximo mês com os principais reservatórios hidrelétricos "em níveis mais baixos para essa época do ano".

Na quinta-feira, o governo alertou sobre "emergência hídrica" de junho a setembro em 5 Estados, após o período de setembro a maio ter registrado as piores chuvas em 91 anos nas área das hidrelétricas.

O presidente Jair Bolsonaro chegou a abordar a situação de escassez de chuvas em conversa com apoiadores nesta sexta-feira. "Estamos vivendo uma das maiores crises energéticas do país, crise hidrológica, tem problema", disse ele, ao comentar que tem preocupações sobre o impacto na geração de energia.

O governo criou neste mês uma "sala de situação" com membros de diversos ministérios para acompanhar a questão da oferta de eletricidade.

A bandeira tarifária vermelha nível 2 gera custo adicional na conta de luz de 6,243 reais para cada 100kWh consumidos, segundo a Aneel.

Analistas projetam que as cobranças adicionais com a bandeira tarifária devem se manter até o final do ano devido ao quadro climático, que já gera inclusive alerta entre especialistas, que começaram a calcular riscos de suprimento, sob avaliação de que será preciso flexibilizar restrições à operação de algumas hidrelétricas para garantir a oferta.

O Ministério de Minas e Energia disse nesta sexta-feira que "a situação atual é desafiadora" devido aos baixos níveis das represas e que o foco dos trabalhos do governo no momento "é manter o máximo possível de água nos reservatórios."

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