Odebrecht: "a cifra é resultado da análise do efeito no crescimento econômico" (Nacho Doce/Reuters)
EFE
Publicado em 22 de março de 2018 às 21h49.
Bogotá - A Controladoria Geral da Colômbia advertiu nesta quinta-feira que as obras inacabadas da Ruta del Sol II, projeto envolvido nos milionários subornos pagos pela Odebrecht, custam ao país entre US$ 198 milhões e US$ 282 milhões ao ano.
Os cálculos da Controladoria estão consignados em um relatório, divulgado hoje, no qual se demonstra também que o atraso nas obras desse corredor viário, que conecta o centro e o norte do país, causa implicações sociais.
"A primeira cifra é resultado da análise do efeito no crescimento econômico, equivalente a US$ 540.000 por dia, a partir da avaliação da relação custo-benefício, da estimativa do investimento e do avanço da obra", detalhou o ente de controle em comunicado.
Por sua parte, o segundo montante é resultado da estimativa que a entidade faz do lucro anual que o país deixa de receber por operações de comércio exterior, que chegam a US$ 774.000 diários.
A Controladoria lamentou o prejuízo "que pode chegar a gerar uma atividade corrupta quando penetra nos poderes políticos e empresariais, assim como nas agências estatais".
A situação, segundo acrescenta o documento, afeta a competitividade do país, o turismo, o relacionamento entre grandes regiões e a confiança dos investidores para participar da execução de projetos com capital privado.
A concessão viária Ruta del Sol II inclui a construção de 600 quilômetros da estrada de mão dupla que comunica o centro do país com a costa atlântica, entre as cidades de Puerto Salgar (Cundinamarca) e San Roque (Cesar).
Segundo a procuradoria colombiana, as propinas pagas pela Odebrecht no país foram de US$ 29,3 milhões, e não de US$ 11,1 milhões como indicou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos em dezembro do 2016.
Até o momento, pelo caso da Ruta del Sol II e a sua adição da via Ocaña-Gamarra foram detidos o ex-vice-ministro de Transporte, Gabriel García Morales, o ex-senador Otto Bula e o ex-assessor da Agência Nacional de Infraestrutura, Juan Sebastián Correa, entre outros funcionários.