PIB: CNI divulga projeção de crescimento da economia brasileira em 1% (Marcos Issa / Bloomberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2014 às 16h47.
Rio de Janeiro - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano de 1,8%, calculado há três meses, para 1% previsto no "Informe Conjuntural" da entidade do segundo trimestre divulgado nesta quinta-feira.
A revisão obedeceu ao cálculo de que a indústria brasileira sofrerá este ano uma contração de 0,5%. Até abril passado era esperado um crescimento de 1,7% na produção das fábricas em 2014.
A economia sofrerá uma desaceleração este ano igualmente pela queda de 2% dos investimentos e pelo crescimento do consumo das famílias (1,5%), segundo os novos cálculos da CNI.
O pequeno crescimento de 2014 será sustentado apenas pela expansão de 2,3% do setor agropecuário e de 1,5% do setor de serviços, segundo o informe.
As projeções são publicadas dois dias depois de o governo reduzir sua previsão para o crescimento este ano de 2,5%, calculado há dois meses, para 1,8%, incluído no Relatório de Avaliação de Ingressos e Despesas divulgado pelo Ministério do Planejamento na terça-feira.
A nova projeção é mais pessimista do que a do governo e está próxima a do mercado financeiro.
Uma pesquisa realizada na semana passada pelo Banco Central com uma centena de economistas de instituições financeiras revelou que os analistas do mercado preveem para este ano um crescimento de 0,97%.
Em qualquer dos casos, as projeções permitem prever para este ano uma desaceleração econômica após a ligeira recuperação de 2013. Depois de ter registrado uma expansão de 7,5% em 2010, o crescimento da economia foi de 2,7% em 2011, de apenas 1% em 2012 e de 2,3% em 2013.
"As causas da forte desaceleração da atividade industrial são várias e decorrem mais do ambiente doméstico que da economia mundial", afirma a CNI em seu relatório.
Entre as causas para a desaceleração, os analistas da CNI citam a inflação, que, segundo suas projeções, terminará o ano em 6,6%, acima do máximo tolerado pelo governo (6,5%).
"A inflação persistentemente elevada provoca aumento dos juros e, consequentemente, a contração do crédito. A menor liquidez conduz ao progressivo enfraquecimento tanto do consumo das famílias como do investimento das empresas", segundo a entidade.
O relatório também cita a queda da própria produção industrial, que nos primeiros cinco meses do ano era acumulada em 1,6%, atribuída à redução da demanda nacional, à retração das exportações para à Argentina, ao crescimento do custo das tarifas elétricas e à falta de confiança dos empresários. EFE