Economia

CNI prevê crescimento de apenas 1% da indústria em 2013

A entidade reduziu a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 2 %, ante 3,2 % previsto em abril


	Trabalhador da indústria de aço: a projeção de expansão do PIB industrial passou para 1 % em 2013, ante previsão divulgada em abril de 2,6 %.
 (China Photos/Getty Images)

Trabalhador da indústria de aço: a projeção de expansão do PIB industrial passou para 1 % em 2013, ante previsão divulgada em abril de 2,6 %. (China Photos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2013 às 15h17.

Brasília - Juros e inflação em alta, consumo em baixa e perda de dinamismo do mercado de trabalho levaram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) a prever nesta quinta-feira queda na indústria extrativa e baixa expansão da indústria da transformação e da construção civil neste ano.

A entidade reduziu a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 2 %, ante 3,2 % previsto em abril. A piora decorre também de incertezas na economia dos Estados Unidos e da menor expansão na China.

A projeção de expansão do PIB industrial passou para 1 % em 2013, ante previsão divulgada em abril de 2,6 %. As novas previsões indicam alta de 1,5 % da indústria de transformação, queda de 1,3 % na indústria extrativa e avanço de 1 % da construção civil, sendo que não está descartada uma estagnação deste subsetor.

Ao apresentar esse quadro insatisfatório, o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que as ações implementadas pelo governo não foram suficientes para aquecer a economia e o setor fabril.

Entre as iniciativas adotadas pelo governo constam a desoneração da folha de pagamento para vários segmentos e a redução de tributos vinculados ao consumo.

"As medidas adotadas não foram potentes o suficiente para reverter quadro de dificuldade competitiva. As medidas foram adequadas em termos de diagnóstico, mas precisam de mais intensidade ou celeridade", disse Castelo Branco.


Para a CNI, a desvalorização do real vai ajudar o setor, mas isso levará tempo para surtir efeito diante da oscilação da taxa de câmbio.

"A volatilidade vai continuar persistindo e não devemos volta ao câmbio do início do ano, ainda assim essas oscilações prejudicam a formação de preços no fechamento dos contratos", comentou Castelo Branco.

A CNI elevou a sua previsão de taxa de câmbio média em dezembro deste ano para 2,18 reais por dólar, ante estimativa anterior de 2,00 reais.

CONSUMO EM BAIXA A CNI vê melhora dos investimentos com a indicação de uma alta de 5,1 % na formação bruta de capital fixo ante 4 % previsto anteriormente. Mas a perspectiva para o consumo das famílias foi reduzida para 2,3 %, ante 3,5 %.

Castelo Branco cita como fatores de redução do consumo a perda de dinamismo do mercado de trabalho e o maior comprometimento da renda das famílias com o pagamento de dívidas.

No documento, a entidade projeta que a Selic fechará 2013 em 9,50 % ao ano e que a inflação em 6 %, ante estimativa anterior de 5,7 %.


O saldo em conta corrente também foi piorado para um déficit de 74,3 bilhões de dólares contra a previsão anterior de saldo negativo de 68,1 bilhões de dólares. Na balança comercial, o superávit foi reduzido para 9,2 bilhões de dólares ante 11,3 bilhões de dólares.

Nas contas públicas, a indicação é de deterioração dos indicadores, com previsão de superávit primário de 1,5 % do Produto Interno Bruto (PIB) ante 1,70 % projetado anteriormente.

A piora da perspectiva de crescimento do país feita pela CNI para este ano segue em linha com o rebaixamento de projeções feitas pelo governo e pelo mercado diante dos sinais incertos de recuperação mais firme da atividade e após a expansão de apenas 0,6 % no primeiro trimestre.

O fraco desempenho do setor industrial segue como um dos entraves ao maior ritmo de crescimento, com indicadores antecedentes evidenciando essa fragilidade. Em maio, a produção industrial brasileira recuou 2 % frente a abril, em um resultado pior que o esperado influenciado pela queda na produção de bens de capital.

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