Economia

CNI mantém projeção de queda de 4,2% para PIB do Brasil em 2020

A Confederação Nacional da Indústria também prevê uma queda de 4,1% no PIB industrial em 2020

Fábrica da Unilever no Brasil: CNI projeta um crescimento do PIB brasileiro de 9% no terceiro trimestre do ano em relação ao segundo trimestre (Germano Lüders/Exame)

Fábrica da Unilever no Brasil: CNI projeta um crescimento do PIB brasileiro de 9% no terceiro trimestre do ano em relação ao segundo trimestre (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 10h28.

Última atualização em 21 de outubro de 2020 às 10h33.

Em linha com as principais estimativas do governo e do mercado para a recessão da economia brasileira em 2020, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve nesta quarta-feira, 21, sua projeção para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano para 4,2%. A previsão é igual a do último Informe Conjuntural da entidade, divulgado em maio.

Apesar da recuperação no terceiro trimestre do ano, a CNI espera uma queda de 4,1% no PIB industrial em 2020. A indústria de transformação sofrerá mais, com um encolhimento de 6,3% no ano, enquanto a indústria da construção civil deve ter retração de 4 5%. Por outro lado, a projeção para indústria extrativa é de alta 2,1%.

Após o pior momento da pandemia da covid-19 ter ficado para trás a CNI projeta um crescimento do PIB brasileiro de 9% no terceiro trimestre do ano em relação ao segundo trimestre, com alta de 10% no PIB industrial no mesmo período.

Na avaliação da entidade, a recuperação na indústria de transformação deve se ampliar no terceiro trimestre para segmentos que iniciaram a retomada tardiamente, como bens de consumo duráveis e bens de capital.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, embora a recuperação da economia esteja sendo rápida, ainda não há uma retomada do crescimento econômico em relação às condições pré-crise. O executivo alerta que a redução dos estímulos criados na pandemia pode ter um efeito contracionista relevante se ocorrer de forma apressada.

"Antes da crise, o País mostrava falta de competitividade, por isso, sem avanços na agenda de reformas, em especial da tributária, a economia brasileira não sairá da armadilha da renda média", considerou, em nota. "A questão que se põe, neste momento, é como acelerar essa retomada, adotando medidas para estimular um crescimento mais vigoroso e sustentado ao longo do tempo, com investimentos e criação de empregos", completou Andrade.

Outros indicadores

O Informe Conjuntural da CNI também trouxe atualizações nas estimativas para os principais indicadores da economia. A entidade projeta uma taxa de desemprego em 13,5% ao fim de 2020, com uma inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) prevista em 2,57% no acumulado até dezembro.

A CNI projeta uma Selic estável nos atuais 2,0% ao ano até o fim de 2020, com uma taxa média de câmbio de R$ 5,20 no mês de dezembro. A entidade estima ainda um déficit primário do setor público de 11,77% do PIB neste ano, com a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) chegando a 93,70% do PIB.

Para o setor externo, a CNI estima um superávit comercial de US$ 56,4 bilhões em 2020, com exportações totais de US$ 210,7 bilhões e importações de US$ 154,3 bilhões. O déficit nas transações correntes deste ano deve ficar em US$ 13,5 bilhões.

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