Indústria: projeção para o PIB industrial se manteve em uma queda de 2,2% para o ano (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 3 de novembro de 2014 às 15h29.
Brasília - O ritmo de queda no nível de emprego da indústria pode não se recuperar até o final do ano.
O cenário negativo foi apontado pelo gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, que divulgou na tarde desta segunda-feira, 3, a pesquisa de indicadores do setor.
No mês passado, o recuo no nível de emprego foi de 0,6% na comparação com agosto - a sétima queda consecutiva em 2014.
"Para o mercado de trabalho, a queda de 0,6% não é uma queda trivial", disse.
"O mercado de trabalho industrial mostra uma retração forte nos últimos meses, com um efeito carregamento de 0,7% (no ano)", afirmou.
O mesmo se vê no quesito faturamento das empresas, que está com efeito de carregamento negativo em 1,9%, mesmo após a alta 0,8% em setembro.
Isto porque a pesquisa da CNI registra um recuo do faturamento de 2,1% no acumulado dos nove meses de 2014 em relação ao mesmo intervalo de 2013.
"O efeito carregamento do faturamento negativo de 1,9% no ano é um quadro negativo que dificilmente será revertido", disse Castelo Branco.
Diante do cenário de retração da atividade industrial, o gerente-executivo manteve a previsão de crescimento do PIB em 0,3% para 2014.
A projeção para o PIB industrial se manteve em uma queda de 2,2% para o ano.
"Os últimos dados que fizemos não mostram uma revisão dessa direção", indicou.
Castelo Branco avaliou como necessário o anúncio no "curto prazo" do novo ministro da Fazenda do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
"Há uma expectativa grande de que definições sejam dadas no curto prazo. O nome do ministro é uma indicação grande do conjunto de políticas que vamos ter para frente", avaliou.
Ele considerou como importante para uma retomada mais acelerada da economia uma sinalização clara de como o governo pretende melhorar a política fiscal a partir de 2014.
Castelo Branco defendeu uma linha de atuação "que recoloque o país numa trajetória de reequilíbrio das contas públicas e da inflação, sem exigir tanto da política monetária" exercida pelo Banco Central.
"É possível que, pelo lado da expectativa, isso acabe fazendo com que o ciclo de crescimento seja retomado antes do que possamos imaginar", afirmou.