Trabalhador da indústria: CNI vê uma expansão de 2,6% para a indústria da transformação, alta de 2% para a construção civil e recuo de 4% no desempenho da indústria extrativa (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2013 às 18h00.
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) melhorou suas projeções para o crescimento da economia e para a expansão do parque fabril nacional, mas piorou drasticamente a expectativas relacionadas ao comércio exterior e às contas externas.
No documento Informe Conjuntural apresentado nesta quarta-feira, a entidade elevou para 2,4 por cento a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, ante 2 por cento na estimativa anterior, feita no início de julho.
Para o setor industrial, a estimativa de expansão foi melhorada para 1,4 por cento em 2013, ante 1 por cento previsto anteriormente. Dentro os setores, a CNI vê uma expansão de 2,6 por cento para a indústria da transformação, alta de 2 por cento para a construção civil e recuo de 4 por cento no desempenho da indústria extrativa.
No front interno, a CNI salienta os efeitos da política de elevação dos juros básicos sobre o consumo, produção e investimento, bem como a dificuldade da economia em engatar um ritmo maior de expansão.
"A retomada do crescimento também é limitada pela inflação próxima do teto da meta. O atual patamar de juros, que deverá se manter além de 2013 para lidar com pressões originárias dos serviços e dos efeitos da desvalorização cambial, impõe amarras adicionais à recuperação", disse a CNI.
Com isso, a entidade calcula que a taxa Selic fechará 2013 em 9,75 por cento ao ano, ante estimativa anterior de 9,5 por cento.
A estimativa para a inflação foi reduzida para 5,8 por cento frente à projeção anterior de 6 por cento, mas ainda avaliada como alta. A meta de inflação do governo é de 4,5 por cento com dois pontos percentuais de tolerância para cima e para baixo.
No documento apresentado nesta quarta-feira, a entidade destaca também o cenário externo marcado por incertezas sobre o comportamento da economia norte-americana, o baixo crescimento das economias avançadas e o nível de expansão da China, que afetam o comércio exterior brasileiro com efeitos deletérios sobre o ritmo de expansão e as contas externas.
Devido a isso, a indicação para o saldo comercial no ano foi drasticamente reduzida para um superávit de 1,7 bilhão de dólares ante a visão anterior de um saldo positivo de 9,2 bilhões de dólares.
O saldo em conta corrente também foi piorado para um déficit de 79,6 bilhões de dólares contra previsão anterior de saldo negativo de 74,2 bilhões de dólares.
Nas contas públicas, a indicação é de deterioração, com previsão de superávit primário de 1,70 por cento do PIB ante 1,5 por cento projetado anteriormente. A meta de superávit primário para o setor público consolidado (governo central, Estados e municípios) é de 2,3 por cento do PIB.