Economia

Alta de juros freia crédito e reduz consumo, diz CNDL

Junto com SPC Brasil, entidade avalia que decisão é prejudicial para o comércio


	Comércio popular: "aumento dos juros freia a expansão do crédito no País, reduz o consumo e inibe a criação de novos postos de trabalho", afirmou CNDL em nota
 (Tomaz Silva / Agência Brasil)

Comércio popular: "aumento dos juros freia a expansão do crédito no País, reduz o consumo e inibe a criação de novos postos de trabalho", afirmou CNDL em nota (Tomaz Silva / Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 21h27.

Brasília - Anunciada nesta quarta-feira, 15, a alta da Selic de 10,% para 10,5% já foi alvo de críticas da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). As duas entidades avaliam que a decisão é prejudicial para o comércio.

"O aumento dos juros freia a expansão do crédito no País, reduz o consumo e inibe a criação de novos postos de trabalho, justamente no momento em que com uma menor expansão da massa salarial, as vendas no varejo dão sinais de desaceleração", cita nota sobre a alta da Selic, conforme do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Sobre a desaceleração no comércio, a nota ressalta que o indicador do SPC Brasil divulgado nesta terça-feira, 14, mostrou que as vendas a prazo cresceram 4,12% em 2013 ante 7,16% em 2012. "O sucessivo aumento da Selic é um sinal de que o governo não quer fazer seu dever de casa. O combate à inflação deve ser realizado a partir de uma política de corte dos gastos do governo. Sem essa contenção, o simples aumento da Selic não será suficiente para resolver o problema. Exemplo disso é que mesmo após seis altas consecutivas, a inflação encerrou 2013 ainda muito acima do centro da meta oficial", avalia o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

Para Pellizzaro Junior, a elevação dos juros não é capaz de resolver, sozinha, a escalada dos preços. "Para isso, o controle inflacionário precisa ser realizado, prioritariamente, por meio de um amplo ajuste fiscal na máquina pública, com cortes de gastos do governo e desoneração dos setores produtivos."

ACSP

O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Rogério Amato, acredita que ao aumentar em 0,5 ponto porcentual a Selic, o Copom sinaliza sua preocupação com a resistência da inflação, "que vem se mantendo elevada apesar do controle de alguns preços públicos e do nível fraco da atividade econômica". "É de se esperar que, agora, esse processo de elevação da taxa básica de juros seja interrompido, tendo em vista seu impacto negativo sobre a atividade econômica nos próximos meses", afirmou, em nota.

Para Amato, "mais importante do que a alta da Selic para conter a inflação seria a definição, por parte do governo, de uma política fiscal mais apertada baseada na contenção de gastos de custeio", afirmou.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCopomEstatísticasIndicadores econômicosJurosMercado financeiroPolítica monetáriaSelic

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE