Economia

CNC prevê alta de 0,5% nas vendas do varejo em setembro

O crescimento de 0,9% no volume das vendas no varejo restrito ante julho veio acompanhado de uma inflação de 0,1% no setor (abaixo dos 0,24% medidos pelo IPCA)


	Sacolas de compras: pessimismo inclui as vendas em datas comemorativas
 (Getty Images)

Sacolas de compras: pessimismo inclui as vendas em datas comemorativas (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2013 às 16h04.

Rio - A desaceleração nos preços do varejo impulsionou as vendas em agosto. A avaliação é do economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a respeito dos números divulgados nesta terça-feira, 15, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O crescimento de 0,9% no volume das vendas no varejo restrito ante julho veio acompanhado de uma inflação de 0,1% no setor (abaixo dos 0,24% medidos pelo IPCA). Para o mês de setembro, no entanto, Bentes projeta avanço menor, de 0,5%, ante agosto, em razão da alta de preços, que deve ficar em 0,17% no mês.

Mesmo assim, o segundo semestre aponta para uma recuperação. "O primeiro semestre foi o pior em dez anos, com crescimento de apenas 3% em termos reais. No segundo semestre, nossa previsão de avanço é de 5,9%, quase o dobro do primeiro", afirmou Bentes. O resultado de agosto também levou a CNC a revisar a projeção para o ano de 2013, para alta de 4,5% (ante 4,2% na previsão anterior).

Ainda que o resultado do segundo semestre consiga trazer fôlego ao setor, Bentes destaca que todas as atividades pesquisadas pelo IBGE vão mostrar um desempenho mais fraco do que em 2012.

O pessimismo inclui as vendas em datas comemorativas. Para o Natal, por exemplo, as vendas devem crescer em torno de 5%, bem abaixo dos 8,1% observados em 2012. "Não há esperança de que o comércio repita o desempenho do ano passado", afirmou.

Segundo ele, a alta dos juros tem comprimido a demanda por bens duráveis, o que também influencia os resultado. Até agosto, este segmento acumula alta de 7% no volume de vendas. Nos 12 meses de 2012, a alta foi de 10,5%, patamar que não deve ser atingido este ano. "A taxa para obtenção de crédito está mais alta e só não atrapalha mais porque o prazo para o pagamento ainda está aumentando", afirmou.

Entre os bens duráveis estão incluídos móveis, eletrodomésticos, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação e outros artigos de uso pessoal e doméstico. O setor de veículos não está incluído neste cálculo, mas também deve apresentar crescimento mais modesto em 2013, em função da recomposição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A alta deve ser de 3% este ano, segundo a CNC, ante 7,3% em 2012.

Bentes destaca ainda a inflação, que afeta sobretudo o setor de hiper e supermercados. O avanço do segmento foi de 1,3% entre janeiro e agosto de 2013.

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