Homem endividado (Getty Images/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de setembro de 2022 às 12h21.
Última atualização em 5 de setembro de 2022 às 12h41.
A proporção de famílias brasileiras endividadas cresceu em 1 ponto percentual (p.p.) na passagem de julho para agosto, para 79%, informou nesta segunda-feira, 5, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao divulgar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Na comparação com agosto de 2021, a proporção de famílias endividadas cresceu 6,1 p.p.
A inadimplência, medida pela proporção de famílias que relataram ter dívidas em atraso, ficou em 29,6% do total de entrevistados, alta de 0,6 ponto ante julho. Já a proporção de entrevistados que informou que não terão condições de pagar as dívidas em atraso, um sinal de permanência na inadimplência, ficou em 10,8%, 0,1 ponto acima do registrado em julho.
"A alta do volume de famílias com contas atrasadas deu-se nas duas faixas de renda pesquisadas, mas foi maior entre as famílias de menor renda, o que mostra os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos", diz a nota divulgada pela CNC.
No caso da proporção de endividados — que considera qualquer tipo de dívida, incluindo o uso de cartão de crédito, mesmo que pago em dia —, o crescimento de agosto se deu no mesmo ritmo entre os mais pobres e os mais ricos.
"A melhora do mercado de trabalho e as políticas de transferência de renda mais robustas têm favorecido a renda das famílias nas faixas mais baixas, mas a inflação ainda elevada desafia o poder de compra desses consumidores", diz a CNC.
A Peic de agosto também identificou um aumento do uso dos carnês e cartões de parcelamento no varejo, em detrimento de instrumentos puramente financeiros. Entre as famílias endividadas, 19,4% recorreram a carnês e cartões de lojas do varejo, aumento de 0,5 p.p. ante julho. O cartão de crédito segue como principal modalidade de endividamento, com 85,3% em agosto, mesma proporção de julho, mas 3,5 p.p. abaixo do registrado em abril, desde quando vem caindo.
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