Inflação: meta de inflação deve ser perseguida pelo Banco Central ao definir a taxa básica de juros, a Selic (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 26 de junho de 2018 às 18h25.
Última atualização em 26 de junho de 2018 às 19h49.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta de inflação para 2021 em 3,75 por cento pelo IPCA com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, como “mais um passo para a obtenção, de forma sustentável, de taxas de inflação mais baixas na economia brasileira”, informou o Ministério da Fazenda em comunicado nesta terça-feira.
O CMN, formado pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento e pelo Banco Central, manteve as metas já definidas anteriormente até 2020. O centro da meta de inflação para este ano é de 4,5 por cento, de 4,25 por cento para 2019 e de 4 por cento para 2020, todas com margem de 1,5 ponto.
“A percepção de que a economia brasileira pode conviver com taxas de inflação mais baixas de forma sustentável se manifesta nas expectativas dos analistas de mercado”, diz o comunicado.
“Esta perspectiva da inflação foi beneficiada pelo redirecionamento da política econômica e a adoção de reformas e ajustes que, combinados com a condução da política monetária, permitiram reancorar as expectativas de inflação.”
Segundo a secretária-executiva do Ministério da Fazenda, Ana Paula Vescovi, foi possível manter a previsão de uma redução gradual na meta de inflação devido a uma atuação coordenada das políticas monetária e fiscal do governo federal.
“A meta de 2021 mais baixa foi possível por uma atuação coordenada de políticas monetária e fiscal”, disse em entrevista coletiva.
“Acreditamos que a atuação da política monetária nos dois últimos anos foi emblemática para demonstrar que é possível conviver com uma trajetória sinalizada de ajuste fiscal ao longo do tempo, que é o que acontece hoje no Brasil.”
A meta para 2021 foi aprovada pelo CMN que, desde o ano passado, passou a fixar objetivos para mais anos à frente. A intenção foi ampliar o horizonte da política monetária com mais transparência e ajudar a levar a inflação para níveis mais baixos e consistentes.
Entre 2005 e 2018, o centro da meta esteve em 4,5 por cento, mudando apenas a margem de tolerância.
A inflação brasileira tem ficado baixa, apesar de o BC já ter trazido a taxa básica de juros ao menor nível histórico de 6,50 por cento, em meio ao cenário de atividade econômica mais fraca do que o esperado e elevado desemprego, que afeta o consumo.
Segundo pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas todas as semanas, as projeções são de alta do IPCA de 4 por cento em 2020 e 2021. Para este ano e o próximo, estavam em 4 e 4,10 por cento, respectivamente.