Economia

Clima econômico na América Latina piora, segundo a FGV/Ibre

O Indicador recuou 6,3% no trimestre encerrado em janeiro, para 75 pontos

Fábrica: houve piora principalmente na percepção sobre o cenário atual (Felipe Dupouy/Thinkstock)

Fábrica: houve piora principalmente na percepção sobre o cenário atual (Felipe Dupouy/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 08h21.

Rio - O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 6,3% no trimestre encerrado em janeiro em comparação aos três meses anteriores, até outubro do ano passado, para 75 pontos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) feito em parceria com o instituto alemão Ifo. Em outubro, o índice trimestral havia registrado 80 pontos.

De acordo com os componentes do indicador, houve piora principalmente na percepção sobre o cenário atual, embora as projeções futuras também tenham se deteriorado.

O Índice de Situação Atual (ISA) caiu de 64 pontos para 58 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) recuou de 96 pontos para 92 pontos

"Todos os indicadores se encontram na zona desfavorável do ciclo (abaixo dos 100 pontos) e a piora generalizada sinaliza avanço na deterioração do clima econômico", ressaltou a FGV, por meio de nota.

Entre os 11 países-alvo da pesquisa, cinco apresentaram melhora no clima econômico: Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. No entanto, apenas Paraguai e Peru registraram indicadores na zona favorável.

Brasil

No Brasil, porém, o ICE ficou estável em 57 pontos entre as avaliações encerradas em outubro e janeiro. Apesar de não ter recuado, o País ficou na penúltima colocação no ranking dos índices médios dos últimos quatro trimestres.

Além disso, em relação a janeiro de 2014, o ICE brasileiro recuou 36%. O Brasil supera apenas o da Venezuela, que permanece no valor mínimo de 20 pontos.

Com a melhora da Argentina (para 63 pontos), atribuída à menor tensão com os "fundos abutres" (assim chamados pela presidente argentina em uma referência aos credores do país) e aos acordos firmados recentemente com a China, o vizinho passou novamente o ICE do Brasil. A lista é liderada pelo Peru.

No plano mundial, o ICE avançou 1% e alcançou 106 pontos no trimestre até janeiro, de 105 pontos na leitura anterior.

A relativa estabilidade do resultado mundial reflete duas tendências opostas, segundo a FGV, com melhora nos Estados Unidos e na União Europeia, mas piora nas avaliações sobre a China.

A Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países.

A pesquisa é aplicada com a mesma metodologia em todos os países da região. Para a edição até janeiro de 2015, foram consultados 1.071 especialistas em 117 países.

Na América Latina, foram 133 analistas ouvidos. A escala oscila entre o mínimo de 20 pontos e o máximo de 180 pontos. Indicadores superiores a 100 estão na zona favorável e abaixo de 100 na zona desfavorável.

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