Economia

Clima econômico na América Latina cai no trimestre, aponta FGV

O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 5,5 pontos no trimestre encerrado em julho

Resultado: ICE ficou 17 pontos abaixo da média histórica dos últimos dez anos (foto/Thinkstock)

Resultado: ICE ficou 17 pontos abaixo da média histórica dos últimos dez anos (foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de agosto de 2017 às 09h48.

Rio - O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina recuou 5,5 pontos no trimestre encerrado em julho, para 72 pontos, segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) em parceria com o instituto alemão IFO.

Com o resultado, o ICE ficou 17 pontos abaixo da média histórica dos últimos dez anos. A queda no último trimestre é explicada tanto pelo momento presente quanto pelas perspectivas de curto prazo. O Indicador da Situação Atual (ISA) caiu 2,2 pontos, para 37,4 pontos, enquanto o Indicador das Expectativas (IE) diminuiu 10,3 pontos, para 116,5 pontos.

O Indicador de Clima Econômico (ICE) do Brasil despencou 20 pontos, passando de 79 pontos no trimestre encerrado em abril para 59 pontos no trimestre terminado em julho. O IE brasileiro caiu 54,7 pontos em relação a abril, enquanto o ISA recuou 3,0 pontos.

"O indicador do clima econômico do Mundo ficou estável na zona favorável. Nos países/regiões das economias de renda alta, o ICE melhorou, mas em algumas regiões de economias emergentes/em desenvolvimento, como na América Latina, o ICE piorou", avaliou Lia Valls Pereira, pesquisadora do Ibre/FGV, em nota oficial. No texto, Lia Pereira ressalta que essa piora ocorre num cenário externo favorável com preços das commodities em alta e crescimento do comércio mundial.

Por conta disso, a especialista observa que, na América Latina, foram principalmente questões domésticas de cunho econômico e/ou político que explicam o recuo do indicador de clima. "Incertezas quanto aos resultados de eleições (Chile e Argentina); piora na avaliação de riscos por agências de rating (Chile e Brasil); temas de corrupção (Peru, Brasil, por exemplo), baixo crescimento econômico (generalizado na região) e questões fiscais (vários países) dominam o cenário da região", diz. "Chama atenção, porém, que se tiramos o Brasil, os países do Mercosul apresentaram resultados mais favoráveis de clima econômico que os da Aliança do Pacifico", avalia a especialista.

O ICE recua em para sete dos 11 países analisados em detalhe na passagem de abril para julho. Houve melhora na Argentina (+0,6 ponto), Bolívia (+20,1 pontos) e México (+18,5 pontos). A Venezuela permaneceu no patamar mínimo do indicador.

Os países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) estão todos na zona favorável de avaliação, com exceção do Brasil. No caso do Mercosul, o Indicador de Expectativas recua, mas continua favorável. "O peso da economia brasileira na região num cenário de incertezas que dominaram o mês de julho associado à denúncia do Presidente (Michel) Temer pode ter influenciado os indicadores de expectativas da região", completou a FGV, na nota.

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