Economia

Ciro: Se bancos ajudarem a refinanciar dívidas, posso afrouxar compulsório

Pedetista transformou a promessa de tirar 63 milhões de brasileiros inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito em um dos motes de sua campanha

Ciro Gomes: "Então, o primeiro movimento: pegar essa dívida toda, que eu já sei quanto é, e botar o governo para proteger os endividados" (Adriano Machado/Reuters)

Ciro Gomes: "Então, o primeiro movimento: pegar essa dívida toda, que eu já sei quanto é, e botar o governo para proteger os endividados" (Adriano Machado/Reuters)

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Reuters

Publicado em 13 de agosto de 2018 às 16h48.

São Paulo - O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse em vídeo divulgado em uma rede social nesta segunda-feira que poderá afrouxar as exigências de depósito compulsório caso os bancos privados decidam ajudar no refinanciamento a juros mais baixos da dívida de brasileiros atualmente inadimplentes, depois da concessão de um desconto no montante do débito.

O pedetista, que transformou a promessa de tirar 63 milhões de brasileiros inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) em um dos motes de sua campanha, voltou a afirmar que o governo atuará diretamente para renegociar e obter descontos das dívidas da população caso ele seja eleito presidente em outubro deste ano.

"Quando você chega no Feirão do Serasa --os ricos não sabem nem do que eu estou falando-- você chega no Feirão do Serasa, como eles chamam, o Serasa diz assim 'venha limpar o seu nome que nós lhe damos desconto de 50, 60, 70 por cento'. No cartão de crédito, meu irmão, tem desconto de 95 por cento. Por quê? Cobra do consumidor brasileiro 486 por cento de juro ao ano", afirma Ciro no vídeo.

"Então, o primeiro movimento: pegar essa dívida toda, que eu já sei quanto é, e botar o governo para proteger os endividados. 'Agora é comigo que você vai negociar, meu patrão. Senta aqui e traz o desconto para mim. O povo agora não está mais desprotegido, agora tem um governo comprometido com o povo'", explicou.

Após isso, disse o presidenciável do PDT, os bancos públicos ajudarão no refinanciamento do que restar da dívida, que ele calculou ser, em média, de 1.400 reais por família, após a renegociação. Caso os bancos privados aceitem participar com juros menores, poderá haver uma redução do compulsório, percentual dos depósitos existentes nos bancos que o Banco Central obriga as instituições financeiras a depositar na autoridade monetária.

"Aí eu pego o Banco do Brasil e a Caixa Econômica e vou ganhar dinheiro --porque vou tirar o juro de 486 e vou cobrar 10, 12, 11. Se os bancos privados se interessarem, eu dou uma afrouxadinha no compulsório", afirmou Ciro, ressaltando, entretanto, que a sua proposta não depende da participação dos bancos privados.

"Se eu der uma afrouxadinha, o banco se interessar, porque vai ganhar dinheiro --não os 486, mas 12-- ele pode vir me ajudar. Mas eu não vou precisar dele não. Estou preparando um projetinho só com a Caixa Econômica, Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Basa, Banrisul. Vai dar certo", garantiu.

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