Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, e Paulo Guedes, ministro da Economia (Fernando Frazão/Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 27 de maio de 2019 às 11h13.
Última atualização em 27 de maio de 2019 às 13h52.
Mercado avalia as repercussões das manifestações pró-Bolsonaro, atento a eventuais efeitos na relação entre o governo e o Congresso. Tramitação da agenda econômica no Congresso, PIB aqui e nos EUA e PMI chinês, além dos desdobramentos da guerra comercial EUA X China, estão no radar. EUA e Reino Unido têm feriados nesta segunda-feira. Veja destaques:
Manifestação
Atos devem ser “construtivos” para as reformas, ainda que possam no curto prazo exacerbar tensões com parlamentares, diz Eurasia em nota.
"Foi uma manifestação razoável, que não diminui o governo, mas também não dá a Bolsonaro uma força maior que ele tinha antes. Os desafios vão continuar", disse Lucas de Aragão, sócio da consultoria política Arko Advice.
Manifestações em si não tem muito efeito numa relação entre presidente e Congresso que já vinha se degradando continuamente, diz Claudio Couto, professor de ciência política da FGV, em São Paulo. Bolsonaro exaltou manifestações espontâneas contra velhas práticas.
Congresso
Mercado ainda deve seguir acompanhando a tramitação das matérias de interesse do governo no Congresso. O Senado ainda precisa votar na semana a MP da reforma administrativa, que perde validade no dia 3 de junho, segunda-feira da semana que vem.
O avanço da agenda econômica animou o mercado na semana passada. Ministro Paulo Guedes disse na quinta que a Nova Previdência deve ser aprovada em 60 a 90 dias e com a potência fiscal desejada.
PIB de Bolsonaro
Resultado do PIB no 1º trimestre, o primeiro sob novo governo, sai no dia 30. Após indicadores de atividades frustrarem as expectativas no final de 2018 e começo deste ano, analistas passaram a considerar o risco de uma retração no primeiro trimestre e reduziram o crescimento previsto no fechamento de 2019 para o patamar de 1%, cerca da metade da expansão prevista no começo do ano. Outros dados na semana incluem o IGP-M e as contas fiscais e externas.
Agenda global
PIB do 1º trimestre também será destaque da agenda americana. Mercado ainda prevê um dado anualizado robusto, de +3,1%, apesar dos números recentes fracos e receios com a guerra comercial.
Ainda nos EUA, vice do Fed, Richard Clarida, fala em Nova York dia 30. PMIs de maio serão conhecidos na China e Kuroda, do BOJ, falará em Tóquio no dia 28.
Guerra comercial
Bolsas oscilaram e dólar caiu na sexta, com mercado tentando colocar de lado momentaneamente os receios com a disputa China x EUA. O noticiário sobre a guerra comercial e as restrições americanas a empresas chinesas, contudo, tende a continuar impactando os negócios.
Presidente Trump estará no Japão na semana. No Reino Unido, após renúncia da premiê May, que fica no cargo somente até 7 de junho, investidores vão monitorar nomes dos favoritos a assumir o posto e suas posições sobre o Brexit.