Economia

Chuvas freiam início da colheita de milho em Mato Grosso

Agricultores evitam a colheita em condições chuvosas por questões técnicas e para evitar uma alta umidade nos grãos armazenados


	Plantação de milho: Mato Grosso deverá colher 15,7 milhões de toneladas na segunda safra
 (Sean Gallup/Getty Images)

Plantação de milho: Mato Grosso deverá colher 15,7 milhões de toneladas na segunda safra (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2014 às 18h27.

São Paulo - Produtores rurais de Mato Grosso começaram a colher esta semana as primeiras lavouras de milho segunda safra, mas um clima úmido, com chuvas em várias regiões, deverá adiar os trabalhos mais intensos até a segunda quinzena de junho.

"Vai ocorrer atraso de uma semana. A chuva não atrapalha, não causa estrago, apodrecimento. São chuvas esporádicas", disse Nery Ribas, o diretor técnico da Aprosoja, associação que reúne produtores de grãos de Mato Grosso.

O Instituto de Nacional de Meteorologia prevê chuvas isoladas em diversas regiões de Mato Grosso pelo menos até o dia 10.

Agricultores evitam a colheita em condições chuvosas por questões técnicas e para evitar uma alta umidade nos grãos armazenados.

Em seu primeiro levantamento de colheita da chamada "safrinha" de 2014, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) disse nesta sexta-feira que 1,5 por cento da área de cerca de 3 milhões de hectares já foi colhida. O número está em linha com o registrado na mesma época em 2013, de 0,7 por cento da área.

Mato Grosso deverá colher 15,7 milhões de toneladas na segunda safra de milho, ou mais de um terço do volume produzido no Brasil na "safrinha", segundo dados do governo federal.

O Estado deverá registrar uma queda de quase 20 por cento em volume na comparação com a segunda safra de 2013, devido a uma menor área plantada e uma redução de tecnologia (sementes avançadas, fertilizantes e defensivos).

A safrinha foi plantada com um relativo atraso em Mato Grosso, fora da janela de ideal de clima, devido a dificuldades no fim da colheita da soja, cultura que dá espaço para o milho no Centro-Oeste, e a uma decisão tardia de investir no milho --as condições de preço melhoraram apenas nos últimos momentos da safra de verão.

"A reza do povo foi boa, e as chuvas (durante a fase de desenvolvimento das lavouras) se prolongaram. Isso salvou o milho tardio", disse Ribas, ressaltando que as produtividades obtidas nesta temporada estão acima das expectativas iniciais.

Paraná

No Paraná, segundo maior produtor de milho nesta segunda safra, a preocupação atualmente é com o clima.

"Tem previsão de chuva mais forte até sábado em importantes regiões produtoras. Isso prejudica a qualidade da espiga, e a incidência de doenças é maior", disse a engenheira agrônoma Juliana Yagushi, do Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.

Segundo ela, há chuvas mais intensas, principalmente no oeste do Paraná, desde quinta-feira, com previsão de mais precipitações na próxima semana.

"O milho gosta de luminosidade. Dias constantes de chuvas não favorecem essa fase da safra", ressaltou.

Equipes da Secretaria de Agricultura na região de Toledo relatam que as condições climáticas estão inadequadas para as culturas de inverno.

"O milho é o mais afetado, pois está em fase de frutificação e maturação, o que permite o desenvolvimento de doenças que podem atingir os grãos, além do risco de brotamento", disse a técnica Jean Marie Triches. "Mas nessa fase é difícil afirmar sobre possíveis perdas, deve-se aguardar o início da colheita." Segundo o Deral, cerca 1 por cento da área de milho safrinha do Paraná já foi colhida.

Os agricultores paranaenses deverão colher 9,94 milhões de toneladas de milho na segunda safra deste ano, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

No início da semana, em meio a baixas temperaturas, houve algumas geadas fracas no Paraná, mas em áreas do centro-sul do Estado, com pouco plantio de milho, sem ameaça à produção, disse o Deral.

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