Economia

Chuvas duplicam fila de navios de açúcar em Santos

No porto do litoral paulista, o mais importante do Brasil, choveu em 15 dos últimos 17 dias


	Porto de Santos: granéis agrícolas, como soja, milho, açúcar e fertilizantes, não são movimentados em dias de chuva porque os porões dos navios ficam fechados para evitar umidade na carga
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Porto de Santos: granéis agrícolas, como soja, milho, açúcar e fertilizantes, não são movimentados em dias de chuva porque os porões dos navios ficam fechados para evitar umidade na carga (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2013 às 14h13.

São Paulo - Chuvas nas últimas duas semanas duplicaram o tempo de espera dos navios para embarque de açúcar em Santos, atrapalharam a movimentação de outras commodities agrícolas e prejudicaram os trabalhos também em Paranaguá, informaram agências marítimas nesta sexta-feira.

"Alguns navios de açúcar já estão esperando em Santos algo como 10 a 12 dias. Em Paranaguá, 10 dias", disse a analista comercial da SA Commodities, Nicolle Castro.

Segundo ela, em setembro, a média de espera era de 6 a 7 dias em Santos.

"Os terminais ainda estão recebendo, mas se prolongar (o período sem embarques), pode prejudicar a estocagem", ressaltou, lembrando que a chuva interrompe o embarque de produtos, mas não a chegada dos caminhões, elevando o volume acumulado nos armazéns dos terminais.

No porto do litoral paulista, o mais importante do Brasil, choveu em 15 dos últimos 17 dias, segundo dados compilados pela Somar Meteorologia. Em Paranaguá, outro porto relevante para o escoamento agrícola, choveu em 4 dos últimos 5 dias.

Granéis agrícolas, como soja, milho, açúcar e fertilizantes, não são movimentados em dias de chuva porque os porões dos navios ficam fechados para evitar umidade na carga.

Quanto à soja e ao milho, cujas exportações já estão começando a diminuir após um pico histórico em maio, as filas também são elevadas pelas chuvas, embora o tempo de espera seja tradicionalmente maior, variando a até 40 dias em Paranaguá e até 30 dias em alguns terminais de Santos, disse Nicolle.


Na avaliação da agência marítima Williams, com forte atuação na movimentação de cargas de açúcar, a fila de navios praticamente duplicou em Santos nas últimas duas semanas.

"Há terminais que estão demorando de 6 a 8 dias. Antes dessas duas semanas de chuvas, estava sendo média de 2 a 4 dias", disse o analista de operações da Williams, Mohamad Asi.

O Brasil exportou mais de dois milhões de toneladas de açúcar em setembro, já na fase final da safra de cana no centro-sul do país. Já os embarques de soja estiveram acelerados para esta época do ano, com o dobro do volume embarcado na comparação com setembro de 2012.

Um funcionário de uma outra agência marítima de Santos destacou que as chuvas também estão atrasando o desembarque de fertilizantes no porto. "Atrapalha sim, principalmente fertilizantes", disse ele, pedindo para não ser identificado.

A previsão do tempo indica, no entanto, que a próxima semana deverá ser de tempo seco no litoral de São Paulo e do Paraná, permitindo uma retomada dos embarques.

"No final da semana que vem entra uma nova frente fria, igual à atual. Essa próxima semana agora vai ser bastante aproveitável", disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, da Somar.

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