Chuva: Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul devem ser os primeiros Estados a receber novas chuvas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 12h00.
São Paulo - Frentes frias devem avançar pelo Sudeste e pelo Centro-Oeste do Brasil depois de 17 de fevereiro, aliviando um período prolongado de seca que vem ameaçando lavouras de soja, milho, cana-de-açúcar, laranja e café, disse nesta sexta-feira a Somar Meteorologia.
"Os modelos mais estendidos finalmente mostram uma mudança no padrão da atmosfera com o fim do bloqueio (atmosférico)", disse o instituto de meteorologia em relatório diário.
Para o cinturão de café, concentrado em Minas Gerais, as chuvas chegam a partir de 18 de fevereiro, disse a Somar.
Atualmente, um bloqueio atmosférico tem segurado as frentes frias chuvosas sobre o Uruguai e a Argentina, impedindo o avanço delas pelo Brasil. Isso faz com que a maior parte das áreas produtoras passe por um prolongado período de tempo seco e quente.
No entanto, o meteorologista da Somar Márcio Custódio disse que os volume de chuvas pode ainda desapontar.
"O sistema de alta pressão vai terminar em 10 dias, permitindo que as chuvas entrem primeiro no Sul, avançando até o Centro-Oeste. Mas precisamos ser cautelosos aos estimar grandes volumes. O pico da temporada chuvosa já passou em dezembro, janeiro e no início de fevereiro", disse ele.
Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul devem ser os primeiros Estados a receber novas chuvas. Entre 18 e 23 de fevereiro as precipitações devem chegar a São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso, afirmou ele à Reuters.
Por outro lado, algumas regiões mais ao norte e no Nordeste do país devem registrar precipitações.
"Até o fim da primeira quinzena de fevereiro choverá forte somente sobre o oeste e norte de Mato Grosso, leste do Pará, norte do Tocantins e centro e norte dos Estados do Maranhão e do Piauí", ressaltou a Somar.
As chuvas previstas para ocorrer a partir da segunda quinzena de fevereiro na região Sudeste provavelmente não serão suficientes para que o mês termine com precipitações acima da média histórica, segundo a Climatempo.
Com a safra de soja ainda em pleno desenvolvimento, as temperaturas altas e os baixos volumes de chuva nas regiões Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste, à exceção de Mato Grosso, têm ameaçado reduzir a produtividade nas lavouras.
No cinturão de cana de São Paulo, o tempo seco pode ter implicações nos canaviais que serão colhidos no segundo semestre.
Esta semana, o café atingiu máxima de 9 meses na bolsa de Nova York, por fatores técnicos e por temores causados pela seca no Brasil, principal exportador do produto.
Dados da Somar mostram que apenas 50 a 100 milímetros caíram em janeiro no cinturão de café do Brasil, em Minas Gerais e partes de São Paulo. O mês, que é tipicamente úmido, é essencial para a formação dos grãos que serão colhidos entre maio e setembro.
"Algumas das perdas serão irreversíveis nas áreas agrícolas", disse Custódio.
Nas áreas produtoras de laranja, em São Paulo, a seca está levando a uma redução no tamanho dos frutos, o que pode impactar na produtividade da safra 2014/15, segundo entidades do setor.