A produção de soja, inicialmente estimada em 14,15 milhões de toneladas, foi reavaliada para 12,73 milhões, uma quebra em torno de 10% (Igor Spanholi/Stock.Xchnge)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 12h48.
Curitiba - As chuvas que atingiram a Região Sul nos últimos dois meses ficaram abaixo da média, informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A estiagem acarretou sérios prejuízos para a agricultura dos três estados. O governo de Santa Catarina está adotando medidas emergenciais para amenizar a situação dos agricultores, principalmente da região oeste, a mais atingida. Segundo dados da Defesa Civil, 132 municípios estão no foco da estiagem, sendo que 44 já decretaram estado de emergência.
De acordo com o secretário da Agricultura em exercício, Airton Spies, será garantido inicialmente o fornecimento de água às pessoas e animais e já estão sendo mobilizados recursos para que as prefeituras façam o transporte até as regiões críticas. O governo está fazendo o levantamento dos caminhões-pipa disponíveis a fim de que sejam imediatamente deslocados para os municípios atingidos. A orientação para os municípios é que tenham agilidade na elaboração dos relatórios e documentos para que obtenham o seguro das lavouras nas instituições financeiras.
O governador em exercício, Eduardo Pinho Moreira, acompanhado do secretário da Defesa Civil de Santa Catarina , Geraldo Althoff, do secretário em exercício da Agricultura, Airton Spies, e do presidente do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Epagri), Luiz Hessmann, vão visitar amanhã (6) os municípios mais atingidos para decidir sobre as medidas emergenciais.
De acordo com o Epagri, não há previsão de chuva significativa para o oeste e extremo oeste nas próximas horas. Amanhã, a nebulosidade aumenta e entre sábado (7) e a próxima segunda-feira (9) há apenas condições de chuva típica de verão, que pode receber reforço com a passagem de uma frente fria. Até o próximo dia 16, as chuvas serão mal distribuídas e insuficientes para resolver o problema da estiagem.
No Paraná, de acordo com o primeiro levantamento de perdas da safra de verão 2011/12 divulgado hoje (5) pela Secretaria da Agricultura, estima-se até agora uma redução de 2,55 milhões de toneladas de soja, milho e feijão que, aos preços de hoje, significa prejuízo de R$ 1,52 bilhão. A quebra da produção representa 11,5% da safra paranaense de grãos de verão, que era estimada em 22,13 milhões de toneladas.
A produção de soja, inicialmente estimada em 14,15 milhões de toneladas, foi reavaliada para 12,73 milhões, uma quebra em torno de 10%, o que representa que cerca de 1,42 milhão de toneladas deixarão de ser produzidas. Em valores financeiros, a perda chega a R$ 1,02 bilhão.
A área plantada com milho 1ª safra totaliza 938.335 hectares, 21% maior que a cultivada no ano anterior. A expectativa era que a produção atingisse 7,4 milhões de toneladas, 21% acima do volume obtido na safra passada (6,1 milhões de toneladas). No entanto, devido à estiagem, passa a ser de 6,4 milhões de toneladas, o que representa redução de 14%, com uma quebra de 1,05 milhão de toneladas. Em valores financeiros, estima-se prejuízo de R$ 379,7 milhões.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS) divulga hoje, no fim da tarde, o relatório do Sistema de Monitoramento das Condições das Culturas. A assessoria adiantou que a estiagem afeta, em graus variados, todas as regiões, sendo os municípios mais atingidas os que estão na metade norte do estado, especialmente planalto, noroeste e Alto Uruguai. As culturas mais afetadas são o milho e o feijão (1ª safra).
No caso do milho, as perdas são maiores porque o período de estiagem coincide com a fase de pendoamento e formação de grãos. A orientação é que os agricultores passem a escalonar as épocas de plantio e adotem formas de reservar água na propriedade, seja para consumo humano, animal ou irrigação.
Até agora, segundo a Defesa Civil, 47 municípios decretaram situação de emergência e 29 estão em estado de alerta. Já são 282.861 as pessoas atingidas, a maioria pequenos agricultores.