Economia

Chipre propõe nacionalidade a estrangeiros que perderam 3 mi

Presidente cipriota indicou a empresários russos que "compartilha sua amargura e apreensão causadas pela forma como o acordo do Eurogrupo foi imposto"

Chipre, à beira da falência, precisou aceitar, em troca de um empréstimo internacional de 10 bilhões de euros, uma redução drástica de seu setor bancário (Reuters)

Chipre, à beira da falência, precisou aceitar, em troca de um empréstimo internacional de 10 bilhões de euros, uma redução drástica de seu setor bancário (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2013 às 17h02.

São Paulo - O presidente cipriota, Nicos Anastasiades, declarou neste domingo que o Chipre se prepara para oferecer aos investidores estrangeiros que sofreram grandes perdas com o plano de resgate europeu a cidadania da ilha mediterrânica.

"Os investidores não residentes que tinham depósitos antes de 15 de março de 2013 e sofreram perdas no valor de, pelo menos, três milhões de euros serão elegíveis a solicitar a cidadania cipriota", indicou Anastasiades durante a abertura de uma conferência sobre investimentos russos no Chipre.

O presidente, eleito em meados de fevereiro, indicou a empresários russos reunidos em Limassol que "compartilha sua amargura e apreensão causadas pela forma como o acordo do Eurogrupo foi imposto".

O Chipre, à beira da falência, precisou aceitar, em troca de um empréstimo internacional de 10 bilhões de euros, uma redução drástica de seu setor bancário, entre outras medidas de austeridade.

O maior banco no Chipre está sendo reestruturado e o segundo liquidado. Seus maiores depositantes sofreram importantes punções, em uma tentativa de impor aos muitos investidores estrangeiros, principalmente russos, uma contribuição.

Para "amaciar (...) os danos sofridos pela comunidade empresarial russa", o presidente declarou ter apresentado ao seu governo uma série de medidas que devem ser validadas em um Conselho de Ministros em dois dias, a contar a partir de segunda-feira.

Estas medidas incluem, além da possibilidade de se tornar cipriota aqueles que perderam 3 milhões ou mais, uma flexibilização das condições para a concessão de cidadania por meio de investimentos.

Serão elegíveis pessoas que tenham investido 3 milhões de euros, em vez dos 15 milhões anteriormente requerido, e para aqueles que já solicitaram a cidadania neste contexto.

Além disso, "o governo examina vários cenários que permitiriam indenizar parte das perdas sofridas pelos acionistas de bancos, detentores de dívidas e os depositantes", assegurou Anastasiades.


Ele se disse convencido de que o Chipre "manterá o seu papel como plataforma de investimento internacional importante", incluindo para empresas russas.

"Estou convencido de que não haverá deslocamento de fundos substanciais" para fora do Chipre, declarou, enquanto lamentou a forma como os concorrentes europeus no setor financeiro têm procurado tirar proveito da crise bancária no Chipre para atrair fundos para os seus bancos.

Citando importantes reservas de hidrocarbonetos descobertas em águas territoriais do país, o presidente convidou as "empresas da Federação Russa a (...) participar da exploração" dos recursos.

Anastasiades anunciou uma visita de seu ministro das Relações Exteriores para preparar sua própria visita a Rússia, em uma data não especificada, para se reunir com Vladimir Putin.

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