Economia

Chipre não deve gerar contágio, diz Ewald Nowotny

Segundo Nowotny, que é presidente do Banco Central da Áustria e membro do conselho diretor do BCE, até mesmo os mercados "estão bem cientes de que o caso do Chipre é especial"


	Ewald Nowotny, membro do conselho diretor do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco Central da Áustria
 (REUTERS / Leonhard Foeger)

Ewald Nowotny, membro do conselho diretor do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do Banco Central da Áustria (REUTERS / Leonhard Foeger)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de março de 2013 às 11h59.

Praga - A situação do Chipre não é comparável com a de outros países da zona do euro e não deverá gerar contágio em outros integrantes do bloco, como Itália ou Eslovênia, disse hoje Ewald Nowotny, membro do conselho diretor do Banco Central Europeu (BCE).

Segundo Nowotny, que também é presidente do Banco Central da Áustria, até mesmo os mercados "estão bem cientes de que o caso do Chipre é especial" e não serve de modelo para o bloco como um todo.

Ontem, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, sugeriu que a estrutura do acordo de resgate do Chipre poderia ser repetida em futuros programas de ajuda na região.

O comentário de Nowotny, que falou às margens de uma conferência do Banco Central da República Checa, ecoa o que disse mais cedo o colega de conselho Benoît Coeuré. Para Nowotny, a zona do euro deveria ter percebido os problemas do Chipre e da Grécia "mais cedo".

Nowotny elogiou o acordo, que reduz o setor bancário do Chipre, por dar ao país "uma chance de estabilidade". Ele ressaltou, no entanto, que os controles de capitais que vão ser adotados para limitar a fuga de capitais dos bancos da ilha deverão ficar em vigor "o menor tempo possível".


Embora tenha rejeitado sugestões de que o caso do Chipre prejudicou a confiança na zona do euro, Nowotny afirmou que foram cometidos erros nas negociações iniciais para o resgate do país.

A princípio, o governo cipriota planejava taxar todos os depósitos bancários para levantar 5,8 bilhões de euros, uma exigência feita pela UE e FMI para liberar o pacote de ajuda, no valor de 10 bilhões de euros. Porém, um novo acordo fechado no fim de semana acabou poupando depósitos inferiores a 100 mil euros de taxação.

"No final, a operação da zona do euro (para o Chipre) foi eficiente e possivelmente bem-sucedida", disse.

Nowotny também afirmou que o programa de compras de bônus do BCE, conhecido como Transações Monetárias Completas (OMT, na sigla em inglês), está pronto para ser usado, se houver necessidade. As informações são da Market News International.

Acompanhe tudo sobre:BCEChipreCrise econômica

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto