Economia

China vive desafios comerciais sem precedentes, diz ministro do Comércio

Economistas acreditam que exportações devem piorar nos próximos meses, apesar da queda de 9% nos quatro meses iniciais de 2020

China: economia chinesa é impactada pela queda da demanda global em meio à pandemia de coronavírus (Waitforlight/Getty Images)

China: economia chinesa é impactada pela queda da demanda global em meio à pandemia de coronavírus (Waitforlight/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2020 às 08h33.

O comércio internacional da China vive desafios "sem precedentes" em meio à queda da demanda global em decorrência da pandemia do novo coronavírus, disse o ministro do Comércio do país, Zhong Shan. Ele afirmou em um briefing que exportadores chineses enfrentam pressões de liquidez e cancelamentos de pedidos, já que a demanda externa teve forte queda nos últimos meses.

Nos quatro meses iniciais de 2020, as exportações chinesas caíram 9% em comparação com um ano antes, enquanto importações recuaram 5,9%, de acordo com dados divulgados na semana passada. Mas economistas acreditam que exportações devem piorar nos próximos meses, quando efeitos da recessão causada pela pandemia aparecerem em outras partes do mundo.

O ministro do Comércio chinês disse que o governo aumentou descontos nos impostos de exportação nos últimos meses para reduzir pressões de liquidez para exportadores, e também se movimentou para ajudar companhias a venderem produtos no mercado doméstico. Em abril, produtos para exportação vendidos no mercado chinês subiram 17%, de acordo com o ministro.

Zhong prometeu apoiar setores que foram fortemente afetados pelo vírus - nos quatro primeiros meses do ano, receitas de restaurantes chineses, por exemplo, caíram 41%, com o setor respondendo por cerca de 11% das vendas de varejo da China.

No mesmo evento, o vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, disse que a revisão do texto da Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês) deve terminar no fim de junho. Se o acordo comercial for assinado até o fim do ano, ele poderá ajudar países da região na recuperação da atividade comercial pós-pandemia. O RCEP envolve países do Sudeste Asiático e outras economias, como China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Fonte: Dow Jones Newswires.

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