Economia

China usa EUA para burlar regra comercial brasileira

Mercadorias exportadas chinesas estão usando o porto de Los Angeles para entrar no país, segundo documentos

os artigos sairiam de Xangai, passariam pela Costa Oeste americana e chegariam a Santos "certificados como made in USA". (Germano Lüders/EXAME.com)

os artigos sairiam de Xangai, passariam pela Costa Oeste americana e chegariam a Santos "certificados como made in USA". (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2011 às 14h24.

São Paulo - Documentos revelam que exportadores chineses oferecem a empresas brasileiras o uso do Porto de Los Angeles, o maior terminal dos Estados Unidos, para triangular mercadorias exportadas ao País. Segundo a proposta comercial, os artigos sairiam de Xangai, passariam pela Costa Oeste americana e chegariam a Santos "certificados como made in USA".

A empresa Sun Falcon International Inc. afirma que os artigos seriam embarcados em Xangai, na China, e como alternativa poderiam fazer escala em Taiwan para evitar o pagamento de tarifas impostas por Brasília para fechar o mercado brasileiro a produtos chineses vendidos a preços abaixo do custo de produção. "Por favor confirme se Taiwan pode ajudá-lo a se distanciar da tarifa antidumping, para sua informação, já fomos requisitados a enviar por Los Angeles ao Brasil no passado."

A estratégia é conhecida no jargão comercial como uso de certificado falso de origem, um documento fornecido por câmaras de comércio e associações comerciais dos países. Nesse caso, o governo brasileiro pode suspender a empresa do sistema e impedir que ela volte a exportar para o País.

A severidade da punição se justifica porque a prática estaria mais próxima de crime do que de violação de normas de comércio internacional. O governo investiga "dezenas" de casos semelhantes.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) vem trabalhando em parceria com a Receita Federal, mas não divulga o passo a passo para o público. O assunto é tratado como tema policial dentro do ministério e revelar detalhes poderia ajudar supostos criminosos, na visão do governo.

O intercâmbio de mensagens eletrônicas com a Sun Falcon indica que a empresa é capaz de vender manufaturados chineses como se fossem produzidos em diversos países, à escolha do freguês. Procurada, a Sun Falcon não respondeu até o fechamento da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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