Economia

China suspende diálogo econômico com a Austrália

As tensões entre os dois países vêm aumentando desde 2018 devido a divergências sobre tecnologia 5G até denúncias de espionagem, Hong Kong e origem do coronavírus

Presidente da China, Xi Jinping (World Economic Forum/Pascal Bitz/Divulgação)

Presidente da China, Xi Jinping (World Economic Forum/Pascal Bitz/Divulgação)

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AFP

Publicado em 6 de maio de 2021 às 08h33.

A China anunciou nesta quinta-feira (6) a suspensão de parte de sua cooperação econômica com a Austrália, uma medida simbólica, depois da decisão australiana do mês passado de revogar um acordo sobre o projeto chinês das "Rotas da Seda".

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Esta atitude da Austrália "visa interromper os intercâmbios normais e a cooperação com a China com uma mentalidade de guerra fria e discriminação ideológica", criticou a poderosa agência de planejamento chinesa (NDRC) em um comunicado.

A China decidiu suspender indefinidamente o "Diálogo Econômico Estratégico Sino-Australiano" e "todas as atividades" relacionadas ao acordo, informou o comunicado.

O governo da Austrália considerou a decisão da China "decepcionante", mas afirmou que segue disposto a dialogar, apesar das tensões.

O Diálogo Econômico Estratégico China-Austrália, que Pequim decidiu suspender, é um "fórum importante para solucionar problemas", afirmou Dan Tehan, ministro australiano do Comércio, antes de destacar que o mesmo não se reúne desde 2017.

As tensões entre os dois países vêm aumentando desde 2018 devido a divergências em vários temas, desde a tecnologia 5G até denúncias de espionagem, passando por Hong Kong e pelas origens do coronavírus.

Em meio a esse contexto de tensão, o governo federal australiano anunciou no mês passado que rescindirá um acordo firmado pelo estado de Victoria (sudeste da Austrália) para aderir às "Novas Rotas da Seda".

Pequim respondeu denunciando uma "medida irracional e provocativa".

Lançado em 2013 por iniciativa do presidente chinês, Xi Jinping, este projeto visa melhorar as ligações comerciais entre a Ásia, Europa, África e outras áreas através da construção de portos, ferrovias, aeroportos ou parques industriais.

As relações entre a China e a Austrália são tensas desde que o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, pediu no ano passado uma investigação internacional sobre as origens da epidemia de covid-19.

A China, primeiro país afetado pela pandemia, considerou o pedido hostil e incentivado por motivos políticos.

Como resultado, no ano passado a China tomou medidas de retaliação econômica contra mais de uma dúzia de produtos australianos, como cevada, carne bovina e vinho.

A Austrália aprovou novas leis no ano passado que permitem que qualquer acordo entre representantes de um estado australiano e outros países seja anulado sempre que for visto como uma ameaça ao interesse nacional.

De acordo com a Constituição australiana, o governo federal é responsável pelas relações exteriores e defesa, e pelos estados e territórios, por setores como saúde e educação.

 

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