Economia

China rejeita detalhar acordo comercial entre Xi e Trump

"O que importa é que precisamos chegar a um acordo aceitável para ambas as partes", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores

Imagem de arquivo da bandeira da China: desde julho, Washington impôs encargos extras sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses (Will Russell/Getty Images)

Imagem de arquivo da bandeira da China: desde julho, Washington impôs encargos extras sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses (Will Russell/Getty Images)

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EFE

Publicado em 3 de dezembro de 2018 às 09h54.

Pequim - A China rejeitou nesta segunda-feira oferecer mais detalhes sobre o acordo entre o presidente do país, Xi Jinping, e o dos Estados Unidos, Donald Trump, que dá uma trégua na guerra comercial entre as duas potências e sobre o qual ambas as equipes divulgaram informações díspares.

Minutos depois que Pequim anunciou que ambas as partes tinham chegado a um acordo para não aplicar tarifas adicionais a partir de 1º de janeiro, Washington detalhou que se tratava de uma suspensão durante 90 dias de seu plano de aumentar para 25% as tarifas americanas sobre centenas de produtos chineses enquanto continuam as negociações.

Ao ser perguntado pelos prazos dessa trégua comercial e de outros detalhes do acordo, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, rejeitou em entrevista coletiva oferecer mais informações a respeito, apesar da insistência dos jornalistas.

"O que importa é que precisamos chegar a um acordo aceitável para ambas as partes e que estamos dispostos a trabalhar com o lado americano para resolver nossas disputas comerciais sob o benefício mútuo, a igualdade e a boa fé", afirmou Geng.

Sobre o acordo, que aconteceu em um jantar de trabalho entre Xi e Trump após a conclusão do G20 em Buenos Aires, o porta-voz insistiu que "é bastante significativo" porque "evitou a escalada" das disputas comerciais e abriu "novas perspectivas para a cooperação".

Ao ser perguntado sobre a informação divulgada pela Casa Branca que afirma que a China se comprometeu a aumentar "substancialmente as suas compras de produtos agrícolas, energéticos industriais e de outros tipos" procedentes dos EUA, o porta-voz repetiu a informação divulgada ontem pelo ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, que não menciona nada a respeito.

"A China está disposta (...) a abrir o mercado e expandir as importações e ajudar a aliviar os problemas em nossas áreas comerciais", acrescentou Geng.

O porta-voz também rejeitou confirmar ou desmentir outras informações divulgadas de Washington que garantem que a China teria se comprometido a reduzir as tarifas aos veículos importados dos EUA.

"As equipes de ambas as partes aceleraram suas conversas na tentativa de chegar a um acordo de benefício mútuo", disse Geng, que não quis detalhar quando começará a próxima rodada de negociações.

Segundo explicou ontem o ministro chinês em comunicado, "as equipes de ambas as partes vão ampliar as negociações para cancelar todas as tarifas" que estavam planejadas para serem aplicadas nos próximos meses.

A Casa Branca, no entanto, detalhou que negociará com Pequim "mudanças estruturais" em sua política econômica e em outras questões como "a transferência forçada de tecnologia, a proteção da propriedade intelectual, as barreiras comerciais não alfandegárias, as invasões cibernéticas e o roubo de dados", entre outras.

Desde julho, Washington impôs encargos extras sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses, e Trump tinha ameaçado ampliar essa sobretaxação em bens avaliados em outros US$ 267 bilhões, o que superaria amplamente o volume de importações da China aos EUA, que em 2017 ficou em US$ 506 bilhões.

Como represália a essas medidas protecionistas, Pequim aplicou medidas recíprocas sobre mais de US$ 60 bilhões em produtos importados dos EUA, quase a metade dos US$ 130 bilhões que comprou em 2017.

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