Economia

China reformula subsídios para baterias de veículos elétricos

País construiu uma enorme capacidade nova de baterias nos últimos anos auxiliada pelo apoio generoso do governo

Setor de baterias para veículos elétricos da China se prepara para uma mudança brutal (Miles Willis / Stringer/Getty Images)

Setor de baterias para veículos elétricos da China se prepara para uma mudança brutal (Miles Willis / Stringer/Getty Images)

Mariana Martucci

Mariana Martucci

Publicado em 18 de julho de 2018 às 15h01.

O setor de baterias para veículos elétricos da China se prepara para uma mudança brutal já que o governo está reformulando os subsídios para atender às demandas tecnológicas mais exigentes de transporte da próxima geração, segundo a Sanford C. Bernstein.

A China construiu uma enorme capacidade nova de baterias nos últimos anos auxiliada pelo apoio generoso do governo, criando os pesos-pesados do setor Contemporary Amperex Technology e BYD, esta respaldada por Warren Buffett. Das mais de 25 produtoras avaliadas pela Bernstein, apenas as duas estão operando em escala suficiente, e com os melhores produtos, tecnologia e pessoas, para ter um futuro seguro, de acordo com a corretora.

“Este é um mercado altamente subsidiado em que o governo colocou dinheiro em tudo e em todos os que quiseram uma chance”, disse Mark Newman, analista global líder de baterias, armazenamento de energia e veículos elétricos da Bernstein, em entrevista por telefone no dia 9 de julho. “Agora eles estão tentando reduzir essa dependência e começamos a ver quais são as fabricantes de baterias que valem a pena e que realmente são capazes de sobreviver.”

Os problemas recentes da terceira maior fabricante de baterias da China indicam uma mudança iminente no setor.

O plano do governo de reduzir a ajuda às fabricantes de veículos deve modificar o panorama do setor. Após os subsídios mais recentes, que entraram em vigor no mês passado, a China intensificará o desenvolvimento de veículos elétricos com mais autonomia, que necessitam de baterias maiores com maior densidade de energia, muito mais complexas de serem desenvolvidas e produzidas em grande escala.

Outros comentários de Newman, da Bernstein:

- Entre as produtoras com chances relativamente altas de sobrevivência estão a unidade de baterias da Wanxiang Group, da Tianjin Lishen Battery Joint-Stock, da Farasis Energy e da Guoxuan High-Tech.

- As produtoras atuais estão focadas principalmente em baterias de fosfato de ferro-lítio, relativamente fáceis de produzir e comumente empregadas no mercado de ônibus, que está em desaceleração.

- Muitas empresas de baterias existentes terão dificuldades para passar para a qualidade e o tipo de baterias de níquel-manganês-cobalto necessárias para os carros de passageiros.

- A Guoxuan High-Tech espera uma concorrência ainda mais acirrada nos próximos um a dois anos, resultando em uma reestruturação do setor e em um “estágio de desenvolvimento mais saudável” a partir do primeiro semestre de 2020, disse o secretário do conselho, Ma Guifu, por e-mail.

- A Lishen e a Farasis não responderam imediatamente aos e-mails ou pedidos de comentários feitos por telefone. Wanxiang, BYD, CATL preferiram não comentar.

Acompanhe tudo sobre:Carros elétricosChina

Mais de Economia

CCJ conclui audiências sobre reforma tributária, mas votação do parecer ainda não tem data

Isenção de IR até R$ 5 mil pode custar R$ 45,8 bilhões aos cofres públicos, calcula Warren

Seguro-desemprego está fora de pacote de corte de gastos, diz ministro do Trabalho