Economia

China quer o capital, não o capitalismo

Embaixador chinês no Brasil disse congresso do Partido Comunista discutiu avanços econômicos sem “abandonar a bandeira” do país


	Multidão caminha pelo centro histórico de Pequim: congresso do Partido Comunista discutiu avanços econômicos sem “abandonar a bandeira” do país
 (Martin Puddy/Corbis/Latin Stock)

Multidão caminha pelo centro histórico de Pequim: congresso do Partido Comunista discutiu avanços econômicos sem “abandonar a bandeira” do país (Martin Puddy/Corbis/Latin Stock)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2012 às 10h59.

São Paulo – O embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, afirmou que a China não pretender se fechar nas relações com outros países, mas também não quer seguir condutas fora do que determina a ideia do socialismo chinês. Foi isso que o embaixador ouviu no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCC), que marcou a transição do comando do país para Xi Jinping. “Durante o congresso, meus colegas e eu observamos os comentários animados sobre o futuro da China”, afirmou.

Jinzhang destacou que, durante a reunião, foi apresentado por Hu Jintao um relatório com o título “Avançar com toda a firmeza, no caminho do socialismo de características chinesas”. Para o embaixador, esse título resume o que deve acontecer no futuro da China. “A China não seguirá o caminho de fechamento, nem vai abandonar sua bandeira”, disse. Segundo Jinzhang, o governo vai lutar pelo aumento de democracia pra população, elevação do nível de vida do povo e construção de uma sociedade em harmonia com o meio ambiente.

De acordo com o embaixador, no Congresso, o novo secretário geral salientou que o povo deseja mais educação, trabalhos mais estáveis, renda mais satisfatória, residência mais cômoda e ambiente mais bonito.

Jinzhang afirmou que após mais de 30 anos consecutivos de crescimento, ainda há espaço para avanço na China. “Nos últimos meses tenho apresentado as condições favoráveis que temos para manter crescimento econômico estável e relativamente rápido”, disse, citando previsões de que a China manterá a previsão de crescimento de 8% pelos próximos 20 anos e que o Financial Times afirmou que, pelos próximos 10 anos, provavelmente não se verá o colapso na economia chinesa.


A meta de crescimento para 2012 é de 7,5%, “menor que antes, por nossa própria iniciativa”, disse o embaixador. O principal motivo da meta menor é que o país quer um crescimento com melhorias na tecnologia e na mão de obra.

“Durante minha estada no congresso fiquei impressionado com altas adesões atribuídas por autoridades da china à estratégia de inovação”. O relatório do congresso declarou que deve ocorrer um impulso na inovação, colocando-a a como chave do conjunto de desenvolvimento do país.

O relacionamento sino-brasileiro está vivendo seu melhor momento histórico, segundo o embaixador. “A china vai continuar a colocar o desenvolvimento de suas relações com o Brasil nas prioridades de política externa”, disse.

A meta do país é de duplicar o PIB e a renda per capita da população nos próximos anos. Assim, o mercado da China terá maior poder aquisitivo. “Ate 2015 o volume total de importações da China deve tornar o país o maior importador do mundo”, disse. O embaixador também destacou a urbanização. Em 2011, a urbanização chinesa ultrapassou pela primeira vez o patamar de 50%. Nos próximos 20 a 30 anos essa mudança vai ocorrendo.

Durante o congresso foi levantada pela primeira vez a bandeira do desenvolvimento verde, considerado um dos desafios para a China. Nos próximos 5 anos a China vai se dedicar a reduzir consumo de energia e consumo de carbono. “Indústrias de nova energia tem amplas expectativas de crescimento na China”, disse. 

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